quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

JE SUIS ANA

Há aquele livro cujo titulo é: "De que falamos quando falamos de amor?" Finalizo o ano dando uma checada geral no que aconteceu na minha vida e como começamos o ano com aquela história do Je suis Charlie em que uma série de cartoonistas perderam a vida à custa do seu humor islamofóbico. Humor esse que em prol da liberdade de expressão ajudam a sublinhar um retrocesso na História em que a intolerância ao outro e a guerra aberta é algo que se naturaliza.
Se lermos Ana de trás para a frente continua a ser anA, respondendo à pergunta que muitas vezes faço e me faço: "De que rimos quando nos rimos?" O nosso humor é reflexo de nós mesmos. Somos o espelho do nosso humor.
Para mim o humor é politicamente incorreto, porém politicamente ético. Provocar, desarrumar, desconstruir o que está estabelecido e que muitas vezes, se não todas, nos aprisiona é no mínimo liberta dor. Podemos rir de tonterias, inocentes brincadeiras parvas. Mas vai uma grande diferença a diminuir o outro gratuitamente ou a nós mesmos. Somos muito mais que isso. Brincar, parodiar, bufonar quem se acha o tal, o bonitão, o mandão, o mais uuuhhhhhh é demais! Adoro! Mas mesmo assim com um olhar construtivo e pacifista, pois o mundo já anda muita maluco. E ser artista, quem assim se considera, é dar novos sentidos à vida, recheá-la de sonhos e utopias com sentido de viajem ao nosso interior, dançando fisicamente as ações.
Ana Piu
Brasil, 27.12.2015
foto: Andar espantalhada com a vida faz parte da viagem interior numa dança cósmica, algumas vezes gósmica.

foto: Marcela Morina

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