quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A MULHER VIAJANTE

Diante dos seus olhos, um pouco abaixo dos seus pés, da terra aparentemente árida, pequenas plantas sobressaiam da sombra provocada pela sua cápsula. A mulher com U, de útero, olhava a ponta dos seus pés e escutava a sua intuição em relação à fertilidade dessa terra.
Ela, uma mulher com L, de leveza, não era menina para ser mulher com E de efemeridade. E sim uma mulher com H de honra na humildade de ser humanista. Uma mulher com R de revolução e desconstrução de esterótipos.
A mulher viajante olhava a ponta dos pés. Havia uma vegetação em volta. Conhecia a aridez da terras dos seus avós assim como a aridez dos corações. Onde a aridez permanece nada cresce. É tempo de partir. Por isso era uma viajante. Uma viajante de olhos cor de água que procurava raízes para se nutrir.
Ana Piu
Brasil, 8.12.2015

Sem comentários:

Enviar um comentário