terça-feira, 16 de julho de 2013

ESPERA



Esperou aquele momento. Anos e anos esperando aquele momento. Cada contorno, cada detalhe. Um traço, um calor, uma respiração, um brilho, um riso de entusiasmo. Como seria? O seu cheiro, a sua textura. Como seria? Esperou sonhando. Vivia sonhando e esperando. Imaginando, expectando. Já não sentia ansiedade ao esperar. A cada sinal rejubilava. A cada sinal o calor do seu estômogo cócegava o ânimo. Como seria aquele instante? Quanto tempo duraria esse instante? Um instante evaporável ou instante perpetuado pelo querer, pelo esperar ser e ser? O instante veio. O instante foi. Os contornos desenharam as lembranças dos pequenos detalhes. Do encontro restou o instante da espera prolongada. Um doce amargo adocicado pelo tempo perpetuou-se no momento embalsamado por pequenas gotas lacrimais.
 
a piu
br. 16.07.2013

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