Esperou aquele momento. Anos e anos
esperando aquele momento. Cada contorno, cada detalhe. Um traço, um
calor, uma respiração, um brilho, um riso de entusiasmo. Como seria? O
seu cheiro, a sua textura. Como seria? Esperou sonhando. Vivia sonhando e
esperando. Imaginando, expectando. Já não sentia ansiedade ao esperar. A
cada sinal rejubilava. A cada sinal o calor do seu estômogo cócegava o
ânimo. Como seria aquele instante? Quanto tempo duraria esse instante?
Um instante evaporável ou instante perpetuado pelo querer, pelo esperar
ser e ser? O instante veio. O instante foi. Os contornos desenharam as
lembranças dos pequenos detalhes. Do encontro restou o instante da
espera prolongada. Um doce amargo adocicado pelo tempo perpetuou-se no
momento embalsamado por pequenas gotas lacrimais.
a piu
br. 16.07.2013
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