quarta-feira, 7 de setembro de 2022

ESTA JUVENTUDE ESTÁ PERDIDA- série: onde está @ Wally?

 



Quem nunca escutou esta " da juventude perdida" em relação a si mesm@? Talvez a minha avó? Não sei se a minha mãe escutou, mesmo sendo da geração sixtie Portugal era careta por imposição fascista. Afirmar que haviam anti fascistas às mãos cheias durante esse nefasto regime que durou quase 5 décadas é mentira. As pessoas eram proibidas de serem, de se expressaram. Quem o fizesse corria graves riscos. Embora existe-se os resistentes. Muitas pessoas ainda estão entre nós para contar melhor que eu o que foi aquela noite de obscurantismo que muitos outros ainda invocam com saudosismo... Até os que passaram fome e foram enviados para a guerra...

Quando se fala em resistência portuguesa toda a atenção vai para os comunistas. Raramente se conta a história dos anarco sindicalistas e outros que não estavam vinculados a esses dois ismos, mas mobilizavam-se para fazer greve e sequestrar, por exemplo, o navio Santa Maria nos anos 60 para pressionar o governo.


O que isso interessa ao povo brasileiro neste 7 de Setembro nós 200 anos de Independência? No meu ponto de vista deveria interessar, nem que fosse para desfazer equívocos assim como estarem cientes que o grito do Ipiranga aconteceu porque uma realeza portuguesa queria se desvincular da coroa. Os mesmos de laços rompidos com os seus. Não foi nem é uma independência do povo negro e indígena, vamos combinar. Bom,  como deveria interessar conhecer tão bem ou melhor que a figura do Che Guevara o Amilcar Cabral, uma figura central no processo independentista dos países africanos. Um homem Guineense inteligente e sensível. Esse homem, que estudou como bolsista e único estudante negro em Portugal nos 40 engenharia agrónona, tinha a exata percepção que ele lutava contra o regime fascista português e não contra o povo português igualmente oprimido. Penso que essa informação é importante de se reter, principalmente para alguns brasileiros brancos que ao fim de tantos século descobriram que existem negros e indígenas no território em que habitam e que afinal são seres humanos com alma e com direito a direitos. Se defendem na prática ou somente na teoria essa já é outra conversa.


Todo o primeiro final de semana de Setembro desde 1976 que acontece a Festa do Avante, promovida pelo partido comunista português. Eu frequentei-a entre os 11 anos (1985) e os 23 por aí. Depois, por ser viajeira/ estradeira do tal do mundão acabou que a vida foi me levando para outras  festas e encontros. Mas como eu curtia aquela festa. Três dias roots com muita música, teatro, artes plásticas, comes e bebes. Até 1989 havia barraquinhas de todos os países do leste da Europa e uma propaganda política que hoje há distância chega a ser risível de tão constrangedor.... Isto não significa que deixei de acreditar na justiça social. Pelo contrário! Fiquei mais atenta ainda a demagogia"feita a maneira que é como queijo numa ratoeira".

Também muitos anti fascistas portugueses exilaram-se no Brasil, muitos ainda devem andar por aí. Outros voltaram e outros com certeza que já partiram. Dificilmente ouço falar deles no Brasil. Para mim soa sempre estranho quem defende os direitos dos trabalhadores e se considera antifascista desconhecer a existência e a resistência de outros trabalhadores anti fascistas, no caso portugueses. No caso do Brasil a coisa é esquizóide. Brancos, descendentes de portugueses numa sociedade estruturalmente racista e machista, esnobando os portugueses como se a História fosse linear e os mesmos ao invés de se responsabilizarem por um reparo histórico preferem bodes expiatórios para todas as ocasiões.

Sim, Portugal também tem os seus racismos e machismos estruturais mas não precisa de pseudo esquerdas brasileiros da classe média virem dar lições de moral e querem viver muito em Portugal. Combinado sô dona meninota C.? Só para dar um exemplo duma artivista equivocada chata à paca.

Pronto agora depois desta nomeação personalizada vou pôr a minha sombra para sonhar e esta acalmar-se para não rodar a baiana demasiadamente demasiado diante de recorrências equivocadas e ingratidões duma mulher, no caso branca classe média brasileira que é muito diferente da portuguesa com as suas regalias do " sabe quem com quem está falando?" que mesmo assim foi protegida por instituições portuguesas quando sofria de violência doméstica. Não precisa de fazer amén para tudo em Portugal, mas cuspir na sopa cai mal e dá vontade de chacoalhar. Cresce e aparece pirralhota que descobriu que ser descolada com papo de feminista, anti rascista e xenofobia lusofóbica é cool, mais que demais. Ainda nem eras espermatozoide já a resistência anti fascista e anti racista portuguesa existia, pá! Pronto, fica o recado dado ao meu querido povo brasileiro, uns são amigos queridos outros passo à frente como em qualquer parte do mundo quando o diálogo é infértil ou inexistente. 

Beijus e abraçus e até à próxima!

A Piu

B'Olhão Geral Zen 07/09/2022

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