terça-feira, 24 de maio de 2016

UMA MULHER É UMA MULHER, ASSIM COMO A LIBERDADE É A LIBERDADE

Anna Karina veste uma blusa vermelha e olha para a câmara e depois olha para as rosas brancas pálidas, voltando a olhar para a câmara. Uma blusa vermelha cor de paixão, cor de sangue que pulsa nas veias. Essa de ter sangue azul sempre foi uma historieta para dizer que as pessoas muito brancas, cujas veias reluzem azuis ao sol e à sombra, são mais nobres que as outras.
A mulher olha as rosas ainda não murchas mas em vias de despetalização. Rosas lívidas, esmorecidas pelo tempo, talvez duma paixão recente e efêmera. A mulher de blusa vermelha olha para a câmara e depois olha para as rosas brancas pálidas, voltando a olhar para a câmara. Depois deseja que na próxima seja surpreendida com um gesto galã, duma paixão em vias de amor incondicional. Um ramo de cravos vermelhos para olhar para a câmara e depois para o ramo, de seguida para a câmara com uma blusa branca, cor de paz. Branco cor de pacifismo, não de passividade.
Ana Piu
Br, 24.05.2016

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