Sempre aquele jeito desajeitado, propositadamente desajeitado de andar com o cabelo desalinhado. De vez em quando aparava-o para o poder despentear ainda mais. O que gostava era de andar de cabelo ao vento e descobrir o que acontecia para lá do horizonte da sua janela do quarto de infância. O lado de lá do cá. Onde o diabo faz a curva e o judas perdeu as botas.
Os caminhos não são re(c)tos. Sempre existem umas subidas e umas curvas, ora para a direita, ora para a esquerda. Umas vezes perdem-se as botas e o caminho é continuado de pés descalços. Certa vez, depois de ter passado a curva dos cafundós falou e disse com a sua ironia, o seu sarcasmo para afugentar a tristeza: Um dia quero ser ser de luz, por enquanto ainda como! Ainda preciso de comer!
Logo, naquele lugar tão intelectualizado, espiritualizado, artístico e politizado surgiram os olhares de incompreensão e até de reprovação. Mas como nascera no século passado do milénio anterior e já vira e vivera umas coisas riu-se por dentro para acariciar um pouco a alma. A ironia da vida tem destas coisas: por vezes só entendemos os sarcasmos dos outros quando passamos por apertos semelhantes. E quando compreendemos o outro e a nós mesmos... aí sim! TORNAMO-NOS SERES DE LUZ! COM VERDADE!
VIVA O CAMINHO DO MEIO SEM SARCASMO ONDE OS CORAÇÕES SE TOCAM, INDEPENDENTEMENTE DAS RELIGIOSIDADES E IDEOLOGIAS QUE SÓ SEPARAM!
Ana Piu
Brasil, 13.05.2016
Brasil, 13.05.2016
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