sexta-feira, 13 de maio de 2016

QUANDO A MULHER DECIDIU SEGUIR OS SEUS PRÓPRIOS PASSOS


Se alguma vez o mundo não tivera fronteiras isso já deveria ter sido há muito tempo. Houvera tempos em que mesmo havendo fronteiras ainda não tinham inventado o papel para se passar essas fronteiras. Como um papel poderia destinar o rumo de alguém? Um papel onde aqueles dados que definem identidades também definem pontes ou muros para que a pessoa continue o seu caminho.

Entre as redes existe sempre uma passagem. Uma questão de estar com atenção. Existem livros que dizem que o paraíso existe e em alguns até vem o mapa e tudo! Mas quem caminha bem sabe que os paraísos só podem existir ou nos contos de fadas e outros livros poético ou, ou! dentro de nós. Sim, o que para um é paraíso e para outro nem por isso!

A mulher continuou o seu caminho. Ao fundo a cidade. Levantou ligeiramente a saia para sentir o vento nos joelhos. Não, não era para agradar a este ou aquele. As mulheres não se medem pelas pernas e quem só olha para as pernas é porque carece de comer cenoura para afinar a visão no sentido lato do fa(c)to.

Não se sabia ao certo se esta olhava para trás para uma despedida  ou se encarava a cidade de frente. Uma coisa estava certa: as pernas e os sonhos só a nós nos pertencem, mesmo que nem sempre o caminho seja evidente e a direito. As fronteiras são pensamentos que criamos dentro de nós quando as pernas não sonham em realizar o seu próprio caminho.

E assim continuou a sua jornada.

Ana Piu
Brasil, 13.05.2016


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