Existem umas palavras chave e expressões que ainda estranho por terras brasileiras: elite, 'ser diferenciado", 'não gosto de pobre', " que chique", " para estar aqui é preciso erudição'. Enfim, toda uma série de conceitos reprodutores dum modus vivendis que vem lá do tempo da maria cachucha. E olha que maria cachucha! Até parece que a maria cachucha nasceu rica e erudita, substancialmente diferenciada. Eu venho dessa terra da tal da maria cachucha. Pois é! Venho da terra do ancestral colono. Ufa! Sai daqui que este corpo não te pertence! Porém, o colonialismo continua em curso no Brasil. Ora imposto pelos yankis ora perpetuado por aqueles que para aqui vieram ou que já cá nasceram.
Da minha parte, aos quinze dias do mês de Abril do ano de 2016 o que é mesmo chique e diferenciado é não perpetuarmos essa cafonice de querer ser mais que os outros, achando que estes são nossos vassalos e não merecem a dignidade ter uma boa educação, habitação, e viverem dignamente do seu trabalho.
Hoje no Brasil, o momento é propicio para se perguntar uma vez mais quais as escolas em que essa elite se formou, pois a ignorância e ganância é mais que demais. Agora entendo porque é que tanto detonam a escola pública, porque não lhes interessa perder o privilégio de serem diferenciados. Enfim, uma mentalidade de novo rico a querer ser aristocrata com mansões com aquelas colunas a imitar os templos romanos, pintadas a dourado com muitas fontes de leõezinhos de pedra, onde o jardineiro, a babá, a cozinheira, o manobrista são postos de trabalho que criam caridosamente para os pobrezinhos. Muitos deles endividados até às orelhas. Só aparência.
Enfim, uns mários e umas marias cachuchas que leem um livro, quando leem, e acham que são mais que os outros. Mamma mia que o gato já pia.
Ana Piu
Braziu, 15.04.2016
Sem comentários:
Enviar um comentário