Algumas vezes levamos o mundo às costas. Metemos na cabeça e no corpo a ideia que somos fortes, invencíveis e que temos de atingir a qualquer custo metas. Nessa preocupação esquecemos de olhar para o lado, e aquele colega que por vezes não corresponde às nossas expectativas torna-se uma mancha na paisagem ou invisível. Ou olhamos os colegas com desconfiança e até rivalidade. Com o passar dos anos compreendemos que trabalhar junto é mais produtivo do que estar cada um por si, numa competição desenfreada que não leva a lugar nenhum a não o da tristeza, solidão e cansaço.
Com o tempo, ao respirar profunda e pausadamente, compreendemos que nada é para sempre, que a existência de cada um é efêmera e profundamente valiosa. Vemos colegas partirem, deixando a saudade da sua presença. Concluímos que estar junto é melhor que estar só e que trazemos o outro no nosso coração. Que o empenho, a dedicação, o trabalho de cada um de nós é precioso e merece ser valorizado tanto em reconhecimento afetivo como material. Podermos viver dignamente do nosso trabalho é o ato mais belo da nossa existência.
Sermos melhores profissionais é sermos com toda a certeza melhores seres humanos. Quando compreendemos isso profundamente acontece algo maravilhoso! Tocamos com a ponta dos dedos a sabedoria do valor de cada um de nós, tanto no trabalho como no nosso dia a dia. Um dia, quando chega a hora de nos aposentarmos, podemos olhar do alto dessa pedra da qual achávamos que deveríamos levar nas costas; e tranquilamente apreciar a beleza de estar vivo e poder descansar e desfrutar dos longos anos cheios que ainda restam depois dessa longa jornada de entrega ao trabalho.
Melhores profissionais, melhores seres humanos. Melhores seres humanos mais alegria de viver entre abraços e brindes à vida.
Ana Piu
Br, 20.08.2015
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