terça-feira, 23 de junho de 2015

INTELEQUETOTAL

(...) no advento da segunda prole............" Olho para esta construção frásica e faço um esforço. A primeira coisa que pergunto de mim para mim é "que raios isto quer dizer? Não há outra forma mais simples de nos comunicarmos?" Depois lembro-me que quem escreveu isto foi o mesmo sujeito, o mê primo prontus!, que aos seus 20 anos disse para mim que tinha 16 anos e estava na descoberta dos teatros, das pinturas, filmografias e algumas literaturas: "Tu tens a mania que és intelectual!" 
Oooops logo pensei:' Ter a mania do quer que seja não tem lá muito estilo! Mas ser intelectual é assim tão mau? Como posso ter a mania de tal coisa quando eu diante dos meus amigos igualmente adolescentes ,uma violoncelista, outra pianista, outra uma poetiza e um deles agora um realizador de cinema alternativo conceituado internacionalmente,  sinto-me um zero à esquerda? Não é à toa que mergulhei na arte do ridículo.

Na verdade, principalmente nesta idade adolescente, considerava que ser intelectual era algo que fazia avançar a Humanidade pois quanto mais informadas as pessoas estivessem mais generosas e solidárias seriam. Um mundo mais respirável sem injustiças e miséria. Devo dizer que as minhas leituras da época eram Jorge Amado, Gabriel Garcia Marquez, Fernando Namora e grande cartonista Quino e outros dessa onda mais humanista.

Hoje mudei ligeiramente de ideias e considero que o conhecimento não anda forçosamente ligado à sabedoria. Quem faz do seu conhecimento um porta estandarte repleto de alíneas para subir ao palanque e achar que os outros são ralé... Que posso pensar sem grandes conjecturas substanciais paradigmáticas da práxis? Que essa necessidade de afirmação feudal do conhecimento é próprio de quem sim é da ralé, isto é que não saiu da tal caverna obscura que Platão fala. E que se o cérebro não andar ligado ao coração e à respiração tornamo-nos seres com uma cabeça monstruosamente grande que encurva e fecha o corpo.

Aqui temos uma foto da época tirada por uma amiga que era filha da minha professora de inglês na escola. No advento da segunda prole penso que não tenho nada de inovador a acrescentar à reflexão da Humanidade, pois tudo já dfoi dito e pensado agora é uma questão de pô na prática. E isso!... OH MY DOG! É um chien de desafio!

Ana Piu
Br, 23.05.2015


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