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Rasputin, personagem do Corto Maltese de Hugo Pratt |
Rasputin chegara ao fim de uma longa e breve caminhada. A barba já não lhe causava calor. Servia para esconder a boca desdentada pelo escorbuto dos dias em alto mar. Rasputin voltara a terra. Precisava de se encontrar. Muito tempo em alto mar. Agora precisava de sentir os pés na terra. Não tinha a certeza se a sua ida para alto mar tinha sido uma fuga daquele grande amor, tão grande que não aguentava abraçar por inteiro. Voltara para se reencontrar. Deitou-se na (h)umidade* da floresta densa, perto duma clareira que avisava que o sol sempre está lá, entre raios tímidos e exuberante.
Rasputin deitou-se nessa terra macia onde o mar vem beijar de mansinho. Fechou os olhos e sentiu a respiração cada vez mais suave. Não sabia se o sol pregava-lhe daquelas partidas, mas o que é fa(c)to* é su(b)tilmente* uma sereia veio se deitar aos seus pés.
Rasputin, esse aventureiro dos altos mares.
* seguindo os acordos ortográficos diplomáticos
*idem
* idem idem aspas aspas
Ana Piu
Br, 16.06.2015
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