segunda-feira, 29 de junho de 2015

E VIVERAM FELIZES PARA QUASE SEMPRE


Aos 41 anos e alguns meses de idade, assim como várias horas e muitos minutos e segundos ainda me pergunto o que faz a instituição casamento nas nossas vidas. Sim, já sei que muitos estarão a pensar neste preciso momento:"Lá vem a Ana com os seus discursos e parecendo que não ela é intolerante!"
Continuemos...
O que faz as pessoas casarem-se e gastar um dinheirão com pompa e circunstância para muitas vezes promoverem encontros comprometidos e marados entre famílias? O casamento é para agradar a família? O casamento é para cumprir aquele sonho de princezinha e principe encantado tal qual filme da Disney dos anos 50, onde a mulher é fada do lar com uma montanha de eletrodomésticos para a ajudar e o homem é um musculado e prestável ser que além de ser ele a meter o dinheiro em casa, muda lâmpadas e tem força para mudar pneus?
Porque é que a instituição casamento é ainda tão necessária tanto para casais hetero e homo?
A minha querida amiga Bia sempre dizia no seu carioca lisboeta: "Ué! Já é tão dificil de encontrar alguém para amar. Se duas pessoas do mesmo sexo se amam qual é o problema.?" Concordo, plenamente. Depois continuava:"Sou casada há muitos anos com o meu marido. O segredo da continuidade é nos rirmos juntos. Termos o mesmo sentido de humor." Bola no centro, bola no cesto querida Bia! É isso mesmo! Rir junto e tornar a nossa vida mais livre e leve de egos pesados.
A minha avó dizia:" Ahhhhh p'ra que é que se casam agora se de seguida se descasam?" Pois,também acho que devo concordar... De vez em quando é isso...
Tenho aqui uma foto muito bonita do dia de casamento dos meus pais. Está a avó de um deles ao lado. É um retrato bonito com as bordas recortadas. Mas isso foi nos anos 60. Ainda faz sentido sermos em alguns aspectos como os nossos pais? Em alguns sim, que não tem que ver com a instituição casamento e sim com o dever de sermos felizes, pelo menos fazer por isso, e proporcionar felicidade a quem nos rodeia não vendo no outro alguém efémero e descartável.
Se os hetero e os homo querem casar quem sou eu para dizer que é antiquado, reprodutor de valores conservadores baseados nas aparências sociais? Não seria justo eu afirmar tal coisa. Pois nem sempre é assim. Mas aqui para nós que muitos nos ouvem, em alguns casos é isso que penso.
Viver de coração, corpo e alma é no mínimo um casamento com a vida. Um casamento com muito humor que nos edifica enquanto seres voláteis e não descartáveis.
Ana Piu
Br, 28.06.2015

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