terça-feira, 28 de maio de 2019

RIR FAZ MUITO BEM À SAÚDE, ASSIM COMO SABERMOS QUEM SOMOS E COMO NOS AMAMOS

Como nos rirmos, de forma libertadora, de algo que nos magoou profundamente?  Essa é aquela grande pergunta. A outra grande pergunta, no meu ponto de vista pois sou eu que vou assinar o texto embora esteja dentro dum projeto coletivo, logo as opiniões podem variar. E esse é o grande barato dum espírito democrático onde a comunicação não violenta está implícita. Vamos lá então à segunda pergunta: Como levar para cena, numa linguagem de palhaçaria, essa(s) situações de violência doméstica em que algum momento vivenciamos, seja na primeira pessoa ou alguém próximo a nós?

"Ar Dulce Ar" é uma montagem teatral de palhaçaria feminina que surgiu da urgência de curar dores profundas através da arte do riso. Ao pensar neste texto e neste projeto com todo o cuidado e carinho penso se é um ajuste de contas com os nossos ex companheiros, que por acaso são seres masculinos de cunho tropical ( vieram luz em terras brasileiras), que um dia quiseram ser pais como quem quer um amster, mas depois não deram conta do recado e ainda infernizaram a vida. Sem pensar nas consequências que isso possa trazer para um filho ou uma filha. Falando com aquele ar politicamente correto como tanto está em voga diria que não, não é um ajuste de contas e sim outra coisa qualquer que duas malucas inventaram para aparecer e ainda convidaram um amigo, com outra orientação sexual, para dirigir. Mas da minha parte é sim um ajuste de contas que ofereço a todas as mulheres e homens do mundo e em específico do Brasil, porque histórias como estas de homens que não medem as consequências da sua boçalidade, repleta de calúnias e ameaças, e ao limite brutalidade são aos montes. E no Brasil é o pão nosso de cada dia. Então, nós, Ana Piu e Geni Viegas precisamos de colocar isso em cena mesmo que precisamos de tomar aquele fôlego de coragem  para tal porque além de nos expormos revisitamos lugares que só gostariamos de esquecer. Mas para que as gerações seguintes e as que já estão aí não esqueçam penso que a forma mais pacifista,  logo libertadora, é criar um espetáculo de palhaçaria feminina para tomarmos consciência das  relações abusivas e ao limite agressivas e prevenirmos-nos.

Também gostaria de deixar escrito que um homem ou uma mulher incontrolavelmente agressiva, ou controlável quando reprimida institucionalmente, tem a sua criança interior profundamente ferida. Alguém que lá atrás, em criança, não teve as suas necessidades emocionais e sentimentais supridas e segue pela vida projetando nas suas relações essa carência. Termos esse olhar compassivo é muito importante, mas cuidarmos e amar-nos primeiramente é fundamental e bastante sensual e assim atraimos seres que nos amam com respeito. Por que amar sem respeito é algo distorcido que não serve mais. Nunca serviu, aliás. ;)


Beijos e abraços a tod@s nós que nos dispomos a fazer diferente daqui para a frente! Até rima! Iuuuuu!
A Piu
Brasil, 28/05/2019

Ah não se esqueça de curtir, se curte, a página no facebook " Ar Dulce Ar"- espetáculo de palhaçaria feminina sobre erradicação da violência contra a mulher com Geni Viegas e Ana Piu com direção de Leonardo Tonon e assessoria artística de Adelvane Neia.

Quebrar o padrão de relações abusivas é cuidar das gerações que estão a chegar
Se tivermos aquela intimidade de nós para nós mesminhas aproxima-se quem realmente gosta de nós. Então fica a grande pergunta: estramos interessadas em relações vampirescas ou em relações com lucidez, consciência de nós mesmas e dos outros?

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