terça-feira, 14 de maio de 2019

SER NO DIA A DIA TEM MUITO MAIS CONTINUIDADE DO QUE A ADRENALINA DO MOMENTO

Volvidos 51 anos depois das lutas estudantis do Maio de 68 nas universidades francesas, que possamos estar  ou não de acordo com todo esse processo histórico é um marco, logo uma referência a não descurar. Independentemente se aconteceu a milhares e milhares de quilômetros de distância em contexto europeu no século passado do milénio anterior. Fora de euro centrismos, o que provavelmente acontece quando algum estudante universitário no Brasil desconhece tal facto histórico é porque provavelmente teve uma educação com um cunho mais para o norte americano, num viés neo liberal. Isto é uma hipótese que coloco, poderão haver outras razões. Como o " simples facto" que muitos estudantes universitários desconhecem o que realmente aconteceu no Brasil entre 1964 e 1985/89. Isso ainda é mais intrigante, mas hoje à luz dos últimos acontecimentos nacionais é compreensível. Não existe sequer um feriado nacional onde se comemore as " diretas já " e a queda duma ditadura. Sinceramente, como estrangeira, tenho algumas salvaguardas em sair à rua em passeata e manifestação no Brasil. Nunca sei muito bem quando vai virar o far west.  Aprender a viver em democracia é exercício de cidadania que leva por vezes gerações até que se firme. Dum momento para o outro podemos deparar-nos com o abalo dessa mesma democracia. Obviamente sou solidária à paralisação nacional que amanhã acontecerá no Brasil acerca dos cortes que o Coiso e os seus coisinhos querem fazer, mas eu AMO MUITO A MINHA VIDA  OS MEUS OLHOS PARA LEVAR COM PIMENTA. Não é isso que me faz mais heroína. Por outro lado, muitas vezes não entendo o que a grande maioria está defendendo e quais os seus exercícios de liberdade de pensamento e expressão. E parece que muitos querem exprimentar uma adrenalina sinistra de tempos nefastos. Estou fora. Assim como , ofender e personalizar aqueles que nos incomodam não é libertador, nem libertário. Cada detalhe do dia a dia, cada olhar olho no olho, cada exercício de escuta é um ato que pode ser transformador. Cada proposta que fizermos, seja através dos nossos encontros pessoais e profissionais, para vivermos no mundo emocionalmente sustentável JÁ É MUITO! Principalmente aprendermos a nos comunicar numa comunicação não violenta.  De seguida transcrevo em modo parafraseado a palestra Marcia Baja do Centro de Estudos Budistas Tibetanos:


' Colabore para que a raiva se auto libere . Agradecer  a quem nos abriu os arquivos da nossa escuridão. ( pensamento alto da Piu: Oh Coiso! Gratidão! Oh pessoal com comportamentos Coisos mil gratidões por me dar a oportunidade de quanto é urgente em me alinhar e assim me curar de mim, jogando para longe negatividade! Ufa! Esta agora é  como aquele espirro ou mesmo aquele gás, vulgus peidola,  que estava entalado que aliviou ;) <3 ) Não tente educar o outro. Dizendo: " Ah! Isso aí você está fazendo é completamente errado!". Sendo que estamos muitas vezes desorganizados. A primeira coisa a fazermos é nos organizarmos interiormente e assim começam a surgir os meios hábeis, inclusive a sabedoria irada, quando você precisa de interromper a negatividade do outro. Mas aí não existe raiva. Você não está interrompendo o outro porque ele te incomoda ( Ai Piu! que desafio!) , você está interrompendo o outro porque vê que o outro está cavando o próprio buraco. Então devemos-nos perguntar se realmente estamos querendo ajudar o outro ou tentando-nos livrar daquele comportamento que achamos uma chatice. Primeiro que tudo, somos nós que temos que liberar a nossa negatividade "

Vida longa a tod@s nós e sejamos heróis e heroínas no no nosso dia a dia, ter a coragem de não cair em falácias e obas obas quando não queremos perder o nosso lugarzinho ao sol ou até queremos subjugar o outro à nossa vontade por mais nobre que a nossa causa possa parecer. E agora  transformo esta música do José Mário Branco :
Cá dentro inqueitação, inquietação
"  Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda "

em 


" Cá dentro meditação, meditação
É só meditação, meditação
Porquê, eu já sei
Porquê, eu já sei
Porquê, ainda estou a aprender mas já entendi
e assim a vida sorri
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devo praticar
Porquê, eu já sei
Porquê, eu já sei
Porquê,ainda estou a aprender mas já entendi
e assim a vida sorri" 

E como dos States nem tudo o que vem é descartável de composição duvidosa e imperialista vou continuar a escutar os " meus" Velvet Underground. Hey babe! Take the walk on the wild side, yeah!

A Piu
Bolhão Geralvem, 14/05/2019
Sejam realistas, peçam o impossível.

No mês em que estudantes e povo saíam à rua.

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