terça-feira, 27 de dezembro de 2016

O VALOR DA VIDA



Tem a morte morrida, a morte matada e a morte ressuscitada. Quantas vezes nós ressuscitamos ao longo da vida, por que sobrevivemos a várias mortes? Mortes de entes queridos e morte de nós mesmos? Quantas vezes nós matamos e morremos quando vivenciamos desconsideração? Da minha parte há sempre um pedacinho de mim que morre quando o empenho, a força de trabalho não é valorizado. Não só a nível financeiro, como a nível da sua importância e o respeito que se deve nutrir pelo mesmo. Mas estamos aí para renascer! O catador de lixo, por exemplo, é dos sujeitos que mais deveria ser respeitado, pois é ele que dá um rumo ao nosso lixo diário. Mas, na maior parte dos casos, é alguém invisível e desqualificado.
Ontem ouvi algo que considero aterrador: “bandido bom é bandido morto. No Brasil deveria haver pena de morte.” Quem emitiu este pensamento medieval tinha uma tesoura na mão. Não falei nada. Olhei pelo espelho em atitude de escuta e com alguma preguiça em entrar no diálogo enquanto o mesmo cortava o meu cabelo. Esse tipo de debate prefiro faze-lo com pessoas que sei à partida que vamos nos escutar mutuamente e que o nível de conversação não corre o perigo de baixar. Em suma, converso sobre isso com os meus amigos. Mas não deixo de escrever aqui publicamente o que acho em relação a isso. A pena de morte é medieval.

Há uns dias atrás fui a uma taverna medieval ouvir uns amigos tocar música celta e Bob Dylan, entre outros. Na entrada tinha uma guilhotina, tal qual parque temático, onde as pessoas divertidamente colocavam a cabeça para a foto. Pessoal!.... Eu acho de mau gosto banalizar a violência. Ainda bem que o meu foco estava na música dos meus amigos e que a melodia do Bob Dylan está aí para nos fazer ainda acreditar na Humanidade, se é que esta tem saída. Bom, cada um de nós te de fazer de catador de lixo emocional de si mesmo. Caso contrário… o valor da vida é uma mera falácia.
 

A Piu
Br, 27.12.2016


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