Tem a morte
morrida, a morte matada e a morte ressuscitada. Quantas vezes nós ressuscitamos
ao longo da vida, por que sobrevivemos a várias mortes? Mortes de entes
queridos e morte de nós mesmos? Quantas vezes nós matamos e morremos quando
vivenciamos desconsideração? Da minha parte há sempre um pedacinho de mim que
morre quando o empenho, a força de trabalho não é valorizado. Não só a nível
financeiro, como a nível da sua importância e o respeito que se deve nutrir
pelo mesmo. Mas estamos aí para renascer! O catador de lixo, por exemplo, é dos
sujeitos que mais deveria ser respeitado, pois é ele que dá um rumo ao nosso
lixo diário. Mas, na maior parte dos casos, é alguém invisível e
desqualificado.
Ontem ouvi
algo que considero aterrador: “bandido bom é bandido morto. No Brasil deveria
haver pena de morte.” Quem emitiu este pensamento medieval tinha uma tesoura na
mão. Não falei nada. Olhei pelo espelho em atitude de escuta e com alguma
preguiça em entrar no diálogo enquanto o mesmo cortava o meu cabelo. Esse tipo
de debate prefiro faze-lo com pessoas que sei à partida que vamos nos escutar
mutuamente e que o nível de conversação não corre o perigo de baixar. Em suma, converso
sobre isso com os meus amigos. Mas não deixo de escrever aqui publicamente o
que acho em relação a isso. A pena de morte é medieval.
A Piu
Br, 27.12.2016
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