terça-feira, 27 de dezembro de 2016

MULHERES COM U

Mergulhada no primeiro volume de “ O Segundo Sexo” da Beauvoir uma série de luzes se acendem relativamente à questão de como nos enxergamos nós mulheres, enquanto mulheres, e como nos enxergam ao longo da História da Humanidade. Sim, até aos dias de hoje considero-me e assumo-me como mUlher.  Talvez não seja a mulher dócil, delicada e prestativa que muitos e muitas esperam. Mas sou mulher com U grande. U de Urro, de Útero, de União. Viro a mesa quando considero que o que não é justo tenta imperar. E também sou doce, delicada e prestativa quando o sentido se vislumbra. Estou a aprender a ser mais meditativa, mas isso não significa submissão ao autoritarismo. Autoritarismo é boçal. Virar a mesa é saudável, desde que construtivo. Algo que me tem impressionado verdadeiramente é o machismo reproduzido pelas próprias mulheres. Por exemplo: compararem-se umas com as outras e boicotarem a “amiga” e/ou companheira quando esta está feliz ou é bem sucedida ou tem algo dentro de si que brilha, independentemente das vicissitudes da vida. Isso dá que pensar. Como dá que pensar se aqueles vereadores de Campinas, Estado de São Paulo, que repudiaram Beauvoir deram-se ao trabalho, ao menos, de ler a sua obra. Hmmmmm depois de conhecer feministas com pensamento elitista ( que desvalorizam o valor do trabalho) , logo patriarcais, já tudo é possível independentemente das leituras, reflexões e práticas.

A Piu

Br. 27.12.2016


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