Mergulhada
no primeiro volume de “ O Segundo Sexo” da Beauvoir uma série de luzes se
acendem relativamente à questão de como nos enxergamos nós mulheres, enquanto
mulheres, e como nos enxergam ao longo da História da Humanidade. Sim, até aos
dias de hoje considero-me e assumo-me como mUlher. Talvez não seja a mulher dócil, delicada e
prestativa que muitos e muitas esperam. Mas sou mulher com U grande. U de Urro,
de Útero, de União. Viro a mesa quando considero que o que não é justo tenta
imperar. E também sou doce, delicada e prestativa quando o sentido se
vislumbra. Estou a aprender a ser mais meditativa, mas isso não significa
submissão ao autoritarismo. Autoritarismo é boçal. Virar a mesa é saudável,
desde que construtivo. Algo que me tem impressionado verdadeiramente é o
machismo reproduzido pelas próprias mulheres. Por exemplo: compararem-se umas
com as outras e boicotarem a “amiga” e/ou companheira quando esta está feliz ou
é bem sucedida ou tem algo dentro de si que brilha, independentemente das vicissitudes
da vida. Isso dá que pensar. Como dá que pensar se aqueles vereadores de
Campinas, Estado de São Paulo, que repudiaram Beauvoir deram-se ao trabalho, ao
menos, de ler a sua obra. Hmmmmm depois de conhecer feministas com pensamento
elitista ( que desvalorizam o valor do trabalho) , logo patriarcais, já tudo é
possível independentemente das leituras, reflexões e práticas.
A Piu
Br.
27.12.2016
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