terça-feira, 13 de setembro de 2016

NINGUÉM NASCE MISÓGINO, TORNA-SE MISÓGINO


Podemos escolher o modo como vamos viver a nossa feminilidade. Não há um jeito único, não há um jeito errado. Assim nos alerta, Simone de Beauvoir no livro " O segundo sexo", escrito em 1949 aos seus 41 anos. A misoginia pode-se manifestar duma forma mais evidente como mais subtil. Existem homens, como mulheres, que renegam a feminilidade como expressão de liberdade. Renegam o facto das mulheres serem autónomas, poderem viver dignamente do seu trabalho e serem boas, até mesmo excelentes no que fazem. Isso intimida muitos homens e muitas mulheres.
Existem homens "viciados" em mulheres que são misóginos. Talvez essa seja uma das redundâncias da misoginia. Usam as mulheres a seu belo prazer para de seguida desprezá-las, descartá-las, desvalorizá-las. Um misógino é alguém que carece de amor próprio. Qual então o desafio? Sentir compaixão e enviar boas vibrações para esse ser vivente. E quando nós temos atitudes misóginas? Sim, quando olhamos de revés uma mulher que não se envergonha de ser quem é, no seu poder de se resignificar, de se recriar, de seduzir através do seu potencial. De não temer envelhecer com arte. Porque quem tem medo de envelhecer tem medo da vida. Vive num ideal de beleza e jovialidade à laia de publicidade da cueca cuela.
Uma mulher e um homem que se assume como é constrange, não é mesmo? Porque duma maneira ou outra fomos educados e educadas para andarmos todos muito obedientes e apagadinhos. Essa é grande questão do século XX e XXI! Ao mesmo tempo que há uma democratização, uma emancipação esta acontece num contexto capitalista em que a competição e o individualismo são os motes do agir no dia a dia. Agora pergunto: Uma mulher e/ou um homem competente não é de todo competitivo? Sim, porque a competitividade não virá da falta de competência? Na falta de acreditar em si mesmo, logo nos outros como um corpo orgânico que juntos temos mais força, tornando-nos melhores seres humanos.
Ana Piu
Br, 13.09.2016

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