quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O AMOR NÃO SE FINGE NEM SE SIMULA e suas vicissitudes em relação à amizade e amor aparente

“ Amor: um constructo milenar” ( Santa Bárbara do Agreste, 2015)

Quem tem medo do amor não sabe amar
Autor anónimo- Cantigas de escárnio e de mal dizer século XIV
Em diálogo com Dora Hossman, Savaresi Telles vai discorrer sobre o sentimento de amor ao longo dos séculos até chegar ao Paleolítico fazendo um estudo comparativo com as girafas do Senegal Oriental que usam o pescoço não só para chegarem às folhas mas poderem também vislumbrar para lá do horizonte do seu dia a dia comezinho. Se outrora as mulheres eram arrastadas pelos cabelos da clareira da mata até à caverna. Hoje o amor para muitos é uma caverna psicanalítica. Se Freud e Jung fossem vivos enriqueceriam a vida inteira com seres que boicotam constantemente a sua felicidade e a dos demais, dos seus supostos amigos. Savaresi Telles define amizade como um laço social e emocional primordial para que o amor aconteça.
" Quem despreza quem ama é incapaz de amar na plenitude."
Zeribaia da Ascensão, escrava sem cor definida com um olho azul e outro verde acastanhado, Sanzala do Paraniguá ( 1735)
A autora faz vários estudos teórico práticos sobre a importância da confiança mútua para que o encontro se dê.
Como folclorista observadora participante, esta compreende que na maior parte dos grupos sociais, sejam eles micro ou macro, as relações estão viciadas. Nas relações de sedução a carência afetiva e falta de auto estima são o respaldo de aventuras desaventuradas. O facilitismo na troca de pares, achando que poliamor ou um sex appeal sem precedentes, é uma postura de garanhice com apontamentos de decadência. Por este meio, a autora conclui com dados quantitativos, isto é estatísticos, numéricos percentuais, que dificilmente assim o amor acontece. Nestas circunstâncias a autora fala dum amor, sucedâneo duvidoso, de boicote mútuo. O amor é algo que acontece ao nível espiritual, para depois se materializar. Quando a dialética é no movimento oposto é sol de pouca dura. Uma espécie folclórica de Vira e Vira que não sai do mesmo lugar. Nem o Freud, nem o Jung dão conta de tanta dança de samba bamba caramba, em que todos se mal dizem, fingem amarem-se muito, e comem-se sem se digerir e… maldizem-se. Isso é nefasto para o estômago! Assim como pode causar tumores internos o corpo! Alerta o neuro cientista Tó Daimanso. Que nesse aspecto e outros as girafas são muito mais inteligentes porque não auto destrutivas.
Segundo Savaresi Telles, isso não é amor é outra coisa. Precisa de ser curada com muitos abraços e beijos verdadeiros, dispensando virtualidades que induzem em erro e equivoco proporcionando aplausos nos mais desatentos ou formatados ao não questionamento.
Ana Piu
Br, 03.08.2016



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