segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

CRÓNICAS SOBRE CASOS CRÓNICOS DE ZOMBETERIA E COMO ESTA SE PODE CURAR

Zombava de tudo e todos. Uma coisa impressionante. Não se sabe ao certo se teria consciência da sua inconveniência e até mesmo superficialidade. Zombava porque sim, talvez porque tivesse o hábito de se achar melhor que os demais ao zombar. Uma postura piadista que enjoava, porque não era nem desconstrutiva, muito menos construtiva. Talvez nem fosse com uma intenção destrutiva, era somente por puro prazer de escarnecer e meter o nariz onde não era chamado.

Gostava também de adotar um postura sonsa, de sensível pelo " outro", pelo outro exótico, mas de preferência que não tivesse muito contato. Porque aí já requeria uma certa sensibilidade para se colocar efetivamente num lugar empático de "em que posso servir/ ajudar" ao invés de " o que posso ganhar com isto". Por vezes o ganhar era somente fazer aquele pequeno brilharete nas redes sociais dum pequeno artigo que leu, ou somente leu o titulo, sobre grandes causas sociais e da situação preclitante do país. Depois lá vinham as brincadeiras de gosto duvidoso, que os mais desatentos poderiam eventualmente se rir. Zombava de tudo, ou pelo menos de quase tudo. Por vezes zombava duma forma camufladamente homofóbica, pobrefóbica, feminofóbica questionando a sexualidade dos seres alheios à sua convivência. Mas com a sua seriedade, honesta, de bom chefe de família fazia questão de alardear que era casado e muito bem casado para que não houvesse dúvidas da retidão. Só que a retidão ia por água abaixo quando zombava dum irmão, independentemente se este pisou na bola ou não, zombava de outro irmão,porque queria estar sempre na linha da frente da opinião zombeteira e por vezes sonsa para ficar bem na fotografia.

Opinava sobre tudo, se não sobre tudo, quase tudo. Um dia deu-se conta de tal absurdo quando alguém lhe disse com estas palavras que acima redigo. " Será? Será que sou um chato inconveniente e que no fundo escarneço de mim próprio ao escarnecer dos meus próprio irmãos?" Ficou neste dilema dias a fio. Quase entrou em crise existencial. Mas como tinha a sua vida para levar para a frente, mais o seu núcleo familiar para cuidar conclui: " Eu vou é cuidar da minha vida e deixar a dos outros em paz. Vou liberar aqueles que zombo e desejar verdadeiramente que os mesmo sejam felizes. Ah! E quanto às opiniões sobre tudo e todos vou-me silenciar mais, observar e escutar com a devida atenção para sair desta superficialidade que me impede também de ser ainda mais feliz porque calmo. Vou deixar de macaquear com a minha vida e com a vida alheia e isso já é um grande contributo para a Humanidade e todos os seres vivos e viventes!"

A Piu
Bolhão Geralden's 25/02/2019






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