segunda-feira, 31 de julho de 2017

TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR A ROMA?


Se penso que Polima é Europa isso dá-me graça. É como se a Europa fosse aquele lugar idealizado onde tudo ou quase tudo pode ser exemplo de desenvolvimento e prosperidade. Polima ainda tem ovelhas, burros e vacas que pastam perto duma fonte romana. Não há muita ou nenhuma vida humana na rua. Tem uma estrada romana, onde corria um rio ( ainda existirá esse fluxo de água?) que hoje ao tentar refazer esse caminho, outrora feito de bicicleta, estava cercado por um muro. Porém, a paisagem mantém-se. Seca, salpicada de árvores. Um tanto triste. Inóspita. Mas nesses passeios solitários em criança e adolescente, como se duma peregrinação perto de casa se tratasse, eu imaginava batalhões de cavaleiros romanos surgindo no meio das árvores com os seus cavalos a derraparem nas pedras das montanhas. Alguém viveria nesses lugares para se esconderem ou enfrentarem os romanos? Na história não consta a presença de romanas nessas emboscadas. Como seriam elas? Destemidas? Mulheres sagradas, submissas ou mulheres igualmente sedentas de poder?
Essa paisagem ainda se mantém, como se dum oásis se tratasse, entre construções de cimento ao fundo. Hoje revivi uma memória de infância, com um chapéu igual ao do meu bisavó só que castanho/ marrom, num lugar tão perto da capital que ainda resiste aos ventos de mudança. As mudanças são importantes? Mas quais delas?
A Piu
19/07/2017

Foto de Ana Piu.



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