Nos meus tempos de escola, daquela que assiste a todos ou deveria assistir, sempre que entrava um professor ou um outro adulto na sala nós levantávamos-nos. E só nos sentávamos-nos com a autorização do professor. Isto num período que procedeu a longa noite que cobria a democracia e liberdade. A emancipação, com as suas aprendizagens estava lá e está em curso no "meu" Portugal cosmopolita provinciano.
Hoje e cada vez mais considero que essa atenção e respeito pelo professor e restantes adultos é urgente. É um dever cívico e libertário passarmos esses valores à gerações seguintes nesta baderna que se tem instalado ao ponto de nós profissionais, seja de qual área for, perdermos a motivação de dar aulas a petizes que confundem igualdade com desrespeito. Achando que podem fazer e dizer tudo o que lhes apetece para o adulto, porque o papá e mamã e ainda vão lá à escola defendê-los.
Se eu me cruzar um destes dias com esta senhora Mireia na rua, levantar-me-ei e lhe direi no meu espanhuelo aprendido a assistir ao " Verano Azul" que ela tocou e aprofundou questões que tenho vindo a reflectir há um bom tempo.
Nascidas para o prazer. Pois é... E o que é isso de ter prazer. Principalmente nós, mulheres? Talvez pareça simples ou até complexo. Vale a pena escutar esta entrevista na integra. Uma, duas, várias vezes. Mas sinteticamente, a Mireia sinaliza dois tipos de conduta que nos afastam do prazer pleno: a mulher que só está preocupada com a aparência e a sua parte física; e a mulher que é muito no racional. Ambas não relaxam e não se permitem sentir na plenitude. São imitações de si próprias. Isto também se aplica, claro, aos homens. Mas agora falemos de nós, mulheres. Aliás da energia feminina dentro e fora duma lógica patriarcal. Relembrando que na lógica patriarcal o homem que é o centro das atenções e projeta no outro ou na outra os seus medos de envolvência, alegando que não pode corresponder às expectativas. Só pergunto: a expectativas não estarão na sua cabeça?
Não será puro ego esse achar que é irresistível, plausível de construtos expectantes pela mulher ou homem que olha e até se interessa um pouco por esse ser que logo desmotiva com tal postura?
;) Normalmente essa atitude é fruto daquele pensamento que é só seu: " Ai! Até me interessou, mas não tem sex a pila suficiente ou vai grudar no meu pé! "
Convém lembrar que pila na minha terra é nome dado ao falo duma forma pueril.
;) Sim, porque quem cultiva o sex a pila de forma exacerbada é de certa forma um pilihas. ihihih
O que é engraçado é observar as subtilezas da conduta de alguns homens em cima de estereótipos da mulher brasileira e da mulher que passou a viver no Brasil. Não nego,no entanto, que muitas mulheres reproduzem esses mesmos estereótipos. Porém devem estar à espera que sejamos todas muito dadas, oferecidas em toda e qualquer circunstância. Enfim... Tanto a pressa como a lentidão pode-nos levar para curvas apertadas que a sequência é despencar. Pode acontecer a tod@s nós em toda e qualquer circunstância. A vida 'tá aí.
Na minha humilde opinião, na escola deveríamos desde lá de cedo a ter entre as mãos pensadoras como esta Mireia e como a Pinkola, autora de " Mulheres que correm com os lobos". Talvez fique mais claro e mais leve o modo como nos levantamos, sentamos e deitamos com igualitarismo respeitoso.
A Piu
31/07/2017
https://youtu.be/RhJr86AZWEI