Um Império é sempre Império onde impera algo sobre algo ou sobres algos. Há os algos e as algas. Em criança das coisas que mais me faziam fornicoques eram as algas à beira mar, tipo sopa de agrião. Eram algas, não era lixo, mas o mergulho ficava ou adiado ou tenso pois sentia nojo (?!) das algas. Sentir nojo, aversão é algo muito forte para uma alga. O que a aversão a algo ou algas fala sobre nós? Sobre os nossos medos, raivinhas e fornicoques que se pode traduzir por caprichos?
Achar que se pode ser dono do mundo é um capricho. Que se pode ser dono de algo ou de alguém um capricho que se pode traduzir por mentalidade imperialista. Bilhaque! Caria! Num presta!
Não existem Impérios do bem e Impérios do mal, porque um Império é sempre Império que impera sobre algo, algos e algas. Existem Impérios do bem? Onde? Mesmo o Inca, o Asteca, o Maia e outros menos sanguinolentos como o Romano, o Espanhol, o Português, o Russo e o Norte Americano são Impérios que abafaram a identidade de outros povos vizinhos ao ponto de escravizarem e até aniquilarem. Isso é ou não é um carma coletivo, um padrão comportamental dentro duma lógica patriarcal que é de competição, disputa, imposição da força bruta e de evangelizações em que o divino está distorcido, porque o Eu Maior mirrou para dar lugar ao Ego?
Conhecermos a História, seja a nacional, internacional e planetária em várias perspetivas e contada por várias vozes é fundamentalmente fundamental. Sairmos das ideias feitas acerca de nós e dos outros, rotulando uns de pobres, outros de ricos e outros de remediados sem ter sequer conhecimento de causa da vida das pessoas e dos lugares que elas habitam e como e qual o valor do seu trabalho e se este é valorizado dignamente para que estas possam ser prósperas e viverem com abundância, dispensando o excesso. Alguém que come compulsivamente só produtos industrializados, não cuida de si, do espaço onde habita mesmo que seja o super apartamento ou casa de três andares, não cuida os seus sentimentos, pensamentos e ações para que saia da letargia, que se aprisiona em ruminações mentais que se olha e olha os outros com preconceito é rico ou é pobre ou é ricamente empobrecido?
Acredito piamente, isto é piumente, que estamos numa fase de transição que chegou a hora de pegar ou largar. O comboio/ trem está na estação e é pontual na sua saída. Ou o pegamos ou ficamos para trás, presos, preses e presas das nossas maniazinhas de estimação alimentadas por um Ego caprichoso que desdenha da alegria, da espontaneidade, da inocência e duma consciência maior. Que desdenha do Amor e o traduz ou numa aliança romantizada protocolar ou numa rapidinha. Essa consciência trabalha-se. Não chega duma vez só, principalmente quando em pouco tempo nos tornamos consumidores inconscientes, citando o Pepe Mujica.
Nesta foto sou eu com cinco anos, algures em Espanha na frente duma loja turística de artesanato, dá para ver pelo logotipo do Visa lá atrás. Hoje o mundo está a virar um parque temático de si mesmo. Vejam-se, por exemplo, as capitais europeias e cidades como Barcelona e outras. Vocês sabiam que já existe uma fobia a turistas? Ah pois, e aqui para nós, eu sofro um pouco disso, desse oba oba descartável que não enxerga a população nativa como trabalhadora de outras áreas e que defende que os países e o planeta terra não estão à venda. Já não falando da xenofobia que além de ser um assunto muito sério não é linear. Pode ser de parte a parte. Por exemplo, alguém vindo do continente americano que emigra para um país como Portugal ou Espanha e acha que estes são ricos e que lhes devem tudo, porque um dia foram Império do país de onde os mesmos vieram cujos avós fazem parte desse processo histórico mesmo que não se responsabilizem, eu pergunto: Do que a pessoa vai à procura? De ficar rica com os empregos de contratos precários ou sem contrato? Vai montar o seu negócio e está tudo certo? Vai usufruir da sua aposentadora que também está tudo certo? Vai à procura de usufruir do sistema social desse país, muitas vezes sem contribuir fiscalmente, sendo que demonstra algum desconhecimento sobre o mesmo? Vai à procura de ajustar contas com o passado histórico ou com a sua ancestralidade? Eu pergunto. Perguntar não ofende e quando é para subir a um patamar de consciência, responsabilização e libertação BORA LÁ! É NOIS!
Nós viemos para sermos felizes e abundantes, e alegres de verdade com verdade. Quem não acredita nisso sofre de cinismo, mas isso cura-se. Cura-se com respeito por si mesmo, mesma, mesme. Existem recursos para todes nós, recursos naturais, materiais para todes nós. Somos ricos e ricas e riques quando nos vemos uns aos outros como seres iguais que prezamos. Um Império, seja ele qual for, preza uns para desprezar outros porque afinal de contas é um jogo de espelhos. Quando tentamos impor as nossas ideias, crenças e vontades é porque não nos aceitamos na essência, logo não aceitamos o que é semelhante e diferente de nós. Essa é a grande pobreza que precisa de ser banida para florescer essa tal de transformação, revolução se acharem mais cool, interpessoal.
Mural na história: PARA SERMOS AMADOS, AMADAS E AMADES PRECISAMOS DE SABER AMAR NUS. NUS DE DESPIDOS DE PRECONCEITOS E CERTEZAS.
A Piu
Br, 23/09/2020
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