sexta-feira, 5 de abril de 2019

A INCRÍVEL E FABULÁSTICA EXPERIÊNCIA DE ESCOLHER AMAR

Nada acontece por acaso segredou o cipó. Confia na vida e esta confiará em ti. Percebeu que ele era o guardião dos pássaros, quando lhe tentaram novamente cortar as asas. Já durava há um tempo e ainda duraria mais, mesmo depois desse pedido. Não se sabe ao certo o porquê dessa invasão e sabotagem. Uma admiração distorcida aliada a uma competição? Uma dificuldade em digerir o que há de mais belo e pleno na caminhada do sagrado feminino libertário? Seria também uma certa aversão ideológica daqueles que tentam boicotar os que defendem utopias baseadas na justiça e igualdade? O que é certo é que o guardião atendeu ao pedido de ajuda, após insistência, reticente mas atendeu. Naturalmente ficamos reticentes quando não reconhecemos comportamentos coisinhos vindo de alguém que nos é querido.  E por isso ela amava e ama o guardião dos pássaros livres. Por ter manifestado inocência e amor por quem lhe é querido, embora falho. Como todos nós. Embora, uns assumam as suas falhas e tomam a decisão de não as repetir e outros, por orgulho e constrangimento vivem na sombra da sua própria sombra. Talvez a sua grande dificuldade em amar tivesse a ver com queda naquela implacável armadilha da intelectualidade académica, onde se descura a sabedoria, inteligência emocional produzindo assim um conhecimento duvidoso, mas institucionalmente aceite. Ela, a menina mulher moça, continuava a achar que a intelectualidade académica é uma bactéria, tipo do bicho de pé, que deve ser adestrada para que os corações não mirrem. Estudar é bom, bater pala é outra coisa.

Ter compaixão por quem nos causa sofrimento é um ensinamento budista, pois esse ser está em sofrimento algumas vezes no alto do seu orgulho, apego e vergonha de não ser tão vitororioso no que toca ao Amor, onde admiração e respeito são ingredientes fundamentais. 

Então, a menina moça foi escutando com mais atenção a intuição e confiando no sábio tempo, onde chegaria ao fim da charada com um olhar mais lúcido,  dissipando assim receio de se aproximar do guardião dos pássaro livres, pássaros esses que sempre voltam com lealdade ao ninho. Desde que o seu voo seja reconhecido como uma ode ao amor e liberdade, ao amor pela liberdade de ir e voltar trazendo sempre no coração e no pensamento quem é caro.

Abraçaria-o, então, naquele exato momento de suspensão do tempo, onde os demais estão em bastidores a cuidar das suas vidas para que sejam felizes. Sem meter o nariz na vida alheia com opiniões a favor ou contra, agoirando porque carentes de entendimento, logo de um sentimento maior do que as instituições que servem para colocar as pessoas em caixinhas para que estas obedeçam a regras e não chilrem muito, porque chilrear muito é transformador. E quem quer colocar o mundo inteiro em caixas, sem desejar liberdade e realização aos demais, iguala-se ao coisinho, que é um ser que está muito longe da sua casa interna. Vamos pensar nisso com amorosidade. O Coiso é um ser humano que  precisa de voltar a si. Só que talvez não se lembre do caminho de volta, embriagado pelo seu orgulho boçal.

Abraçaria-o aquele ser que era muito bonito. Bonito por dentro. Não que a beleza do semblante não conte. Conta. Em demasia é superficial, logo efémera. Por contar e muitas vezes ser extremamente valorizada também ficava na sua, em bastidores, observando. Se auto observando. Pois rebolar no chão com outras mulheres ou homens por alguém de quem se quer muito não é digno dos pássaros livres. Medíocre, para se ter mais precisão. 

Abraçaria quando no seu coração não estivesse mais imprimido o receio da presença de quem persegue por dificuldade em amar. Talvez essa fosse uma boa oportunidade em aprender a amar: observando e se inspirando. Ao invés de perpetuar emaranhados que causam sofrimento para todos. E segundo os cálculos da menina mulher moça esse foi o presente que o homem que ainda precisava de aprender a amar lhe deu:mostrou a possibilidade do amor num irmão seu. Isso é também um gesto de amor. Mesmo que inconsciente. 

A menina mulher entraria em cena no exato momento que ao ouvido lhe segredasse a brisa vital, aquela que bate de mansinho no cipo que ilumina as noites de lua minguante à lua cheia e de novo o sol nasce para se pôr de mansinho num profundo abraço vitorioso entre o dia e a noite. VITÓRIA AOS QUE AMAM E AOS QUE SE PRESTAM A APRENDER A APRENDER A AMAR!

A Piu
Boylhon Geral don 05/04/2019


Sem comentários:

Enviar um comentário