Disseram num curso de economia criativa que para chamar audiência não podemos exceder um determinado número de caracteres. Mas no caso, se alguém já ler, outro reflectir ainda e outro se manifestar beleza. Tudo certo. Está sempre tudo certo, dependendo da forma como lidamos com o assunto.
Como diz o outro: " Como alguém age é o seu karma, como nós lidamos com isso é o nosso karma. " Sendo que karma é um padrão de comportamento que podemos transmutar. Esse é o nosso darma, o propósito de transcender um padrão que já não serve ou nunca serviu.
Atuar, escrever, musicar para uma pessoa só é igualmente uma honra. Tocar um coração engrandece o nosso.
Depois de ouvir " Could you be loved" do Bob Marley e agora " Liberdade" do Sérgio Godinho, esses must musicais do meu repertório que contribuem para a minha formação como cidadã falemos então de cidadania. Se alguém achar que escrevo muito ou que isto ou aquilo... Das duas uma ou das duas duas ou das duas nenhuma: temos que nos olhar mais e valorizarmos nos realmente ou cada um na sua ou dá um tempo.
Depois de ouvir " Could you be loved" do Bob Marley e agora " Liberdade" do Sérgio Godinho, esses must musicais do meu repertório que contribuem para a minha formação como cidadã falemos então de cidadania. Se alguém achar que escrevo muito ou que isto ou aquilo... Das duas uma ou das duas duas ou das duas nenhuma: temos que nos olhar mais e valorizarmos nos realmente ou cada um na sua ou dá um tempo.
Ora deu-se o caso de me lembrar esta semana de propor o meu teatro lambe lambe na feirinha dum campus universitário perto de chez moi ( falar por estas bandas franciu dá estilo. É cafona, mas vou aproveitar já que falo Cafona com propriedade para que o respeito pela minha pessoa se aflore )
Ora nesse campus que é a unicamp que se alega uma referência na América Latina e no mundo ( tá... Ok... Vamu lá. Por que não, atão? ) as relações de poder ainda estão bastante presente no mais infimo detalhe.
Para propor o meu trabalho teria de falar com o sindicato dos trabalhadores da unicamp, que esta em greve há um mês. Só me pergunto até que ponto esses grevistas sacrificam o seu salário de tanto paralisarem. E é uma prática comum na unicamp. Greve de três a quatro meses. Venho duma realidade que um dia ou uma manhã e viva o velho! Mas com todo o respeito pela luta trabalhista. Sem ironia, mas penso nisso principalmente por ser desde sempre trabalhadora autónoma, muitas vezes sem ter direito a contrato mesmo quando deveria ter.
Chegando ao sindicato a responsável não estava. A pessoa que me atendeu lembrava o Marley. Das vezes que me cruzei simpatizei com ele, sem conversar. Balde de água frio. Recebeu-me com sete pedras na mão. Disse que para estar naquela feirinha era preciso ser aluno, funcionário ou familiar de funcionário e que eu estava no Brasil e que qualquer um podia mentira visto que não se fazerem exames de DNA... Eu teria que provar burocraticamente a veracidade. Eu já fui aluna de mestrado daquela instituição e enjoei da mesma por esse tipo de trato arrogante, arcaico e boçal. Pedi para repetir toda a informação sem opinar. Opino agora publicamente, porque se estudamos é para defender um mundo mais justo e emocionalmente mais sustentável. Também pedi para repetir, porque vai que entendo linearmente, como portuguesa que sou E os meus olhos ficam uns faróis quando surpresos mesmo sem falar. Fazerem-nos sentir estrangeiros e burrinhos, além de chato, é agressivo. Não deixo passar... E como já tive parceiros e amigos estrangeiros no meu país a serem tratados assim... Não podemos nos omitir. Faço-o também em honra da minha mãe que tinha tiróide. Essa magana que se instala no garganiço por não exprimirmos na plenitude pensamentos e sentimentos. O corpo manifesta-se.
Resumindo. O cara ficou ainda mais irritado comigo quando lhe pedi para confirmar o mail que ele disse que estava no boletim junto à água... Não me compreendia como eu não o compreendia... Desejei-lhe paz e que eu não o estava a tratar mal por isso agradecia que não fizesse isso comigo. E quem me conhece sabe que quando a tampa me salta ou piso na bola eu assumo, assim sendo não me coloco aqui como a coitadinha.
Concluindo, quando lhe desejei paz com tranquilidade o homem saltou da cadeira, deu um passo para trás, e em diagonal brada assim: "Eu não preciso de paz! Eu não quero paz! Estou em luta! Estou em greve"!
Só posso concluir que um sindicalista e grevista nem sempre tem um sentimento de solidariedade nem olha o outro como seu semelhante, sendo que ele por ser grevista está empregado e tem um contrato o que muitos não estão nessa condição por circunstâncias e opções. E alguém que grita que não quer nem precisa de paz... Bye bye! Au revoir! Adeuzinho! Sinto muito por ser assim e vindo dum negro que sabe o que é ser oprimido, agradeço pela lição de vida e eu te amo na tua essência como respeito pela vida num todo, mas não somos obrigados a estar em ambientes em que o bom trato é descurado. Estarmos atentos aos sinais é um caminho para a sabedoria e maturidade. Passemos pelas portas que se abrem de facto. As outras que se entreabrem ou se fecham, tomemos como aprendizado de algo que agrega para nos abrir mais a cabeça e o coração.
A Piu
Br, 2/06/2018
pintura: Pablo Amaringa
Br, 2/06/2018
pintura: Pablo Amaringa
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