quinta-feira, 28 de setembro de 2017

CARTA ABERTA DUMA LUSO TROPICAL NASCIDA E CRIADA NA EUROPA DO SUL E HABITANDO OS TRÓPICOS BRASILEIROS

" Não se muda o mundo respeitando a opinião de quem te oprime." in "Outrofobias" de Alex Castro

Desobediência civil pode e deve significar comunicação não violenta. Assim, só para começar para não dar azo a más interpretações desta publicação. Nós lemos, escutamos e entendemos o que muitas vezes queremos e/ou temos referência. Até um certo ponto é plausível, mas há limitações que tem limites. Se alguém nos pisa no pé sem querer e vê-nos numa contorção sem fim, é aceitável que fique impávida e serena achando ainda que estamos a dançar o fox trote ou que estamos a exagerar pois o peso do seu corpo é idêntico a uma pluma de beija flor? Se nos magoam devemos avisar. Ao limite dar um Aiiiiiiii! Por mais que nos dê vontade de dar um soco, não compensa... Podemos nos magoar e só vamos perpetuar um discurso que não é libertador.


Seremos seres inatamente violentos ou amorosos ou as duas coisas? Por sobrevivência agimos umas vezes com coragem e outras por medo? Sobreviver é uma eterna disputa com o outro ou seria tudo muito mais leve e fluido se praticássemos sempre a cooperação?

De há uns tempos para cá ando assim meio que de boca aberta com um machismo tão latente nas entranhas da sociedade que dou comigo a pensar se tenho ando realmente distraída ou vim parar a um país, como o Brasil, em que todos os resquícios dos últimos 500 anos promovidos pela velha Europa estão à tona. Mas observando bem, a velha Europa também ainda é machista, só que em muitos casos "mais discreta". O turismo sexual para países ditos de "terceiro mundo" ainda é efetivo e os filmes do dinamarquês Lars Von Trier confirmam de alguma forma essa insanidade que é a auto opressão e a opressão de um sobre o outro.

Na segunda imagem podemos ler "violência contra a mulher". Quem não se reviu em algum dos pontos? Quem não, parabenizo desde já! QUE SORTE! Lendo os vários itens percebo que não são só as mulheres que sofrem esse tipo de abuso. Existem homens que também sofrem. Existem igualmente mulheres que assediam outras mulheres, e mulheres que assediam homens. Seja este assédio tanto físico como moral. A competição, a rivalidade e a difamação são exemplos mais recorrentes do que imaginamos. Fraquezas da alma que precisam de serem trabalhadas para que o ego infantiloide baixe a guarda e dê ouvidos ao Eu mais elevado.

Depois ainda existem aqueles pequenos insultos que chegam a ser risíveis de algumas mentalidades macho alpha, e que algumas mulheres reproduzem:" Ah! Tu estás muito gorda! E já não tens vinte anos! Não és muito bonita, mas és simpática! Porque falas tanto? Porque escreves tanto? És muito carregada! Tu és mesmo capaz de levar esse empreendimento para a frente?  " :P Só pergunto qual a auto imagem da pessoa que fala isso e outras futilidades do género. Qual a sua trajetória de vida. O que já viu, com quem se relaciona e como e o que sonha realizar.

Se nos boicotamos ou boicotamos a liberdade d@ outro estamos naturalmente a ser violentos. Mas afinal o que é a liberdade? Como portuguesa, radicada no Brasil, pergunto: Liberdade é invadir o espaço do outro? Tentar pôr e dispôr do modo de viver e crer do outro? Desdenhar das capacidades e empreendimentos do outro? Achar que é chegar, invadir,  controlar, impôr e  conquistar; seja lá o que conquistar significa para quem tem um comportamento invasivo. Nesse caso, além de direito é nosso dever colocarmos limites. Como na minha terra se diz: "ALTO E PARA O BAILE!"

Estarmos vigilantes aos nossos próprios abusos de confiança e farejar de longe e de perto o que se nos apresenta no dia a dia do quotidiano corriqueiro e filosófico é um exercício continuo. Como o outro canta: "As pessoas não são más, só estão um pouco perdidas." E que a escrita, a fala, o silêncio sirva para nos livrarmos do peso que nos impede de caminhar e voar na plenitude em boa companhia. Sermos companhia de nós mesm@s é a melhor companhia que poderíamos encontrar. O encontro com o outro é assim uma celebração, por consequência


A Piu
Brasil, 28/09/2017










Isso já nem deveria ser debate, mas com o avanço da bancada ivan bélica teremos de nos recordar quem somos, de onde viemos e para onde vamos

" Importante. Alguns tipos de violência são tão sutis, acompanhadas de um sorriso, que se demora um dia, semanas ou até uma vida para cair a ficha. " - anônima



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