quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O DESAFIO DE SERMOS MULHERES EM PLENO SÉCULO XXI

Há uns dias atrás, na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, fui abordada por dois sujeitos enquanto uma amiga de Campinas enviava uma campanha para que nós mulheres colocássemos na nossa foto de perfil uma imagem toda preta como protesto contra o abuso com as mulheres. Uma espécie de chamada de atenção para a importância que nós temos, caso desapareçamos da vida social e até familiar.
Ora como eu ando num momento da vida que considero que o silêncio é muito diferente do silenciamento e que nós temos mesmo é que aparecer e verbalizar o que sentimos e pensamos eis-me aqui com o mesmo propósito que a minha amiga propôs. A foto é tirada em Lisboa, na casa do Alentejo, terra de latifundiários. Os meus avós alentejanos não eram latifundiários. Pelo contrário, sujeitavam-se a trabalhar por tuta e meia até migrarem para a grande Lisboa mantendo uma vida simples e proporcionando estudos à minha mãe e e à minha tia. Trago um chapéu made in Italy, porque a Itália fica ao ladinho de Portugal. Nesse caso, posso parecer a filha do faraó como um gajo, um cara já meio embriagado  me chamou enquanto esperava o buzão  no Catete, relativamente perto do Botafogo. A filha do faraó anda de transportes públicos? Quero conhecer. A outra abordagem foi no buzão, dum sujeito dos seus 60 e tal anos que com tanto lugar vazio queria sentar-se ao meu lado ou pelo menos fazer casinha de pé enquanto eu estava no meu lugar. Um sujeito bem posto com um linguajar espanholado queria saber para onde eu ia e que ele ia para o shopping. Que interessante! A resposta foi olhar lá para fora sem lhe responder. Agora só pergunto o que passa pela cabeça desses sujeitos que se acham no direito de abordar uma mulher sem a conhecer de lado nenhum num espaço público. Acham que estamos todas dispostas a "pequenos" favores, pois já se sabe como são as mulheres no Brasil :/ ou que mulheres brancas de olhos claros são todas filhas de faraó. Enfim, sei que a minha viagem de São Paulo para o Rio foi super!!! Vim com mais quatro meninas estudantes de pós graduação. Rimos-nos para caramba com os esquerdomachos, os descoladões e todos aqueles que colocam no seu perfil fotos com bebés, cachorrinhos e até grandes causas sociais tais como trabalhar na favela e ser vegetariano só para impressionar a mulherada mais libertária e ter umas noites de lócura! Ai que preguiça!... Temos que nos avisar umas às outras e uns aos outros que a superficialidade e leviandade sabem a pouco, é oca. Passa aí um pouquinho mais de empatia que estou quase a ficar louca! Ihihih Essa é outra! Quando não agradamos, quando não correspondemos ao que é esperado somos loucas. Faz parte.
Vou deixar aqui o link sobre esquerdomachos escrito por uma Nova Zelandeza. Vale a pena! Além de pontual é bastante divertido.  Esquerdomachos... quem nunca os conheceu?

https://www.vice.com/pt_br/article/d7gkqk/como-identificar-um-esquerdo-macho-os-caras-que-acreditam-em-justia-social-mas-sao-sacanas-com-as-minas

A Piu
Br, 06/09/2017

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