quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ZECA SEMPRE NA MEMÓRIA! FASCISMO NUNCA MAIS!

No dia 23 de Fevereiro de 1987 o meu professor de português avisou com os olhos tristes que iria faltar na aula seguinte, pois iria homenagear uma última vez o Grande José Afonso. Um homem que acreditou e deu o seu melhor para uma sociedade mais justa. Foi muito maior que as mesquinhezes partidárias e como pensador e ativista, muitas das causas que ele defendeu se hoje estivesse vivo lamentaria. Nomeadamente os oportunismos do governozeco oportunista angolano que se mantém no poder. Durante o fascismo português (1932-1974) foi proibido de exercer a profissão de professor. Pois é, existem momentos assim em que os governos são obscurantistas. Há que estarmos atent@s!
Claro que aos 13 anos eu já conhecia o Zeca. Mesmo antes de nascer lá estavam em casa as 'Cantigas de Maio' junto com os outros vinis. Um disco de 1971 com as suas devidas manobras poéticas para driblar a censura. Mas a "Grândola vila morena" era cerejinha em cima do bolo.
Virem-me dizer, nos dias que escorrem, que todos os homens são machistas e isto e aquilo eu só me pergunto que referencias e relações estabelecem. Este, por exemplo, como outros muitos, foram homens solidários que defenderam os direitos de mulheres, negros e pobres. E isso não é subversivo... E se isso para muitos é subversivo , algo está muito errado nos conceitos de cidadania. E para quem lê e não conhece nem Portugal nem todos os portugueses, há a resistência anti fascista e anti colonialista. Embora não conste nos manuais escolares. Já a geração de Abril, aquela que alega que fez a revolução e que a geração seguinte ( a minha) é rasca (rasa), terá de rever uma série de posturas em relação à sua forma déspota de exigir liberdade e democracia.Um pouco mais de doçura e escuta não faz mal e só faz muito bem.
A Piu
Brasil, 23/02/2017
Grândola Vila Morena
Zeca Afonso


Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987), foi um cantor e compositor português. É também conhecido pelo diminutivo familiar de Zeca Afonso, apesar de nunca ter utilizado este nome artístico.




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