terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O AMOR COMO PARADIGMA




O que para uns óbvio para outros nem tanto. O respeito ao outro, à vida, à morte, à alegria, à dor, ao luto e à palavra dada naquele compromisso verbal, mas não formalizado com um qualquer selinho branco e um rabisco ao qual se denomina de assinatura.
O paradigma está aí, como sempre esteve: o Amor. Mas a força bruta, a cobiça, a ganância, a inveja, o inaceitável são mais teimosos que as coisas teimosas.
Por estes dias faleceu a esposa do ex presidente do Brasil, o Lula. Deu um fanico à Dona Marisa. Pudera! Ninguém é de ferro, nem mesmo esses aí de armadura que estão na foto. Parece que não, mas há um coração lá dentro que bate e também devem ter família, mas são pagos para esfrangalhar o tal do paradigma, que o Amor.
Todos nós já fomos bebezinhos. Isso é uma certeza das duas únicas que há na vida. A outra é que todos nós vamos morrer um dia. Uns com a consciência mais leve que outros e outros ainda sem nunca acessar à sua consciência. Será? Acho que sim... Basta armarem-se de uma série de justificativas para a sua ignorância. Mas o que me faz espécie, estranheza na mioleira, é alguém comemorar o luto pela senhora Marisa. é de muito mau gosto. Demonstra formação falha. Falo da formação ética, daquela que se aprende desde o berço com alguém seja a família como o ambiente envolvente.Não da formação que dá titulos, porque essa... muitas vezes carece de uma e alguma ética nas relações interpessoais. Mas não é de estranhar... Quem comemora será mais ou menos assim: é favor da força policial como politica de higienização e ao limite foram os mesmos que torturaram e fizeram desaparecer cidaãos entre 1964 e 1985 e até um pouquinho mais até ao final os anos 80, no Brasil.
Respeitar a morte da Dona Marisa e o luto do Lula não é uma questão partidária e sim um posicionamento ético, logo politico. Sim, todas as nossas escolhas são politicas, independentemente das ideologias partidárias. O que comemos, o que vestimos, como nos relacionamos se com ou não com gentileza, se com ou não com sentido de justiça de que somos todos iguais independentemente das classes sociais, religiões e afins.
Também somos, claro!, a música que ouvimos! Outro dia estava a tentar ouvir Sérgio Godinho no you tube, mas estava bloqueado . Comecei a pirar na batatinha. Claro! Um rapaz compositor e músico português que foi detido em terras brasileiras por alegarem que levava " chá de cidreira" na mala ;) Todos nós, ou quase todos, na Tugolândia sabemos que era por uma questão politica. O que é que faz um gajo no Brasil no inicio dos anos 80 que canta " A paz, o pão, habitação, saúde, educação! Só haverá liberdade a sério quando pertencer ao povo o que o povo produzir"?
Mas hoje conheci um música do Caetano que é " Um comunista". Interessante. Todos nós sabemos, ou deveríamos saber que o governo do PT não é comunista. Só para dar um pequeno exemplo foram eles que democratizaram o cartão de crédito. Já o regime comunista enquanto autoritário e totalitarista não é flor que se cheire. Mas muitos abraçaram uma causa que por boa fé acharam que seria uma utopia linda de se viver. Mas a sede do poder e o ego são lixados! Enfim... O texto já vai longo. E cada um que procure as suas fontes de informação e reflita. Se não o quiser fazer está no seu pleno direito. Mas é nosso dever escutar a batida do nosso coração. Aí está a grande revolução! A meditação! Quando sentimos o nosso coração e permitimos que a nossa consciência se expanda damos valor à vida à morte, à alegria, à dor, ao luto e à palavra dada naquele compromisso verbal, mas não formalizado com um qualquer selinho branco e um rabisco ao qual se denomina de assinatura.

Ana Piu
Brasil, 07.02.2017


Foto de Art - White / Black.
Bogotá, Colômbia - um demonstrador abraça um policial da tropa de choque durante um protesto de estudantes contra os planos do governo para reformar o ensino superior.

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