quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O RESPEITO É MUITO LINDO E NÃO CUSTA DINHEIRO série: acerca das relações interpessoais e de trabalho

Assumirmo-nos no mercado de trabalho é uma labuta, principalmente num momento de grande défice de emprego e em que o respeito pela força de trabalho e o seu respectivo valor tem se vindo a deteriorar ainda mais. Numa lógica do descartável em que " no teu lugar pode estar outro" fortalecer a alteridade é não só urgente como faz muito bem saúde, seja esta física. como mental e emocional. Aliás, o emocional é a base de tudo que depois se manifesta no corpo e na alma. Podemos levantar bandeiras, sair para a rua aos gritos de punho erguido ou batendo panelas. Podemos defender transcendências ou em nome duma suposta boa causa sermos mesquinhos e só pensarmos nos nossos interesses particulares.
Quantos de nós aguenta anos e anos aquela relação de autoritarismo no ambiente de trabalho, tal qual lógica militar: hoje sou o oprimido, amanhã sou o opressor? E essa opressão vem do trato, da desconsideração pela outro. E podemos aqui dar vários exemplos que não estão diretamente associados a patrão e empregado e sim entre colegas que disputam entre si um lugarzinho ao sol e um alvará de ficar bem na fotografia, sem levantar muita poeira e ainda ganhar um bónus de empregado do mês. Muitas pessoas amigas tem me relatado situações que preferem prescindir do seu emprego do que se submeterem uma vida, muitas vezes inteira, a assédio moral. Vou dar um exemplo duma amiga, com a devida permissão. Ela trabalhava no Equador, até há bem pouco tempo, com uma chefe que foi ex militante de um movimento guerrilheiro no Equador, durante os anos 80. Ora a dita senhora, de prováveis nobres causas contra a exploração e opressão, trata os seus "subalternos" com autoritarismo. Temos aqui um caso flagrante que independentemente de sermos homens, mulheres ou outro género e dançarmos para a direita ou para a esquerda se não estamos no eixo com a consciência afinada somos iguazinhos ou até piores aqueles que criticamos e supostamente combatemos.
Se formos conviver com os povos da floresta se não soubermos assegurar o nosso alimento em muitos casos definhamos. É a nossa capacidade de sobrevivência que define a nossa identidade. Na nossa sociedade é o trabalho que nos dignifica e alguém que despreza isso desconsidera o valor pleno da vida e da dignidade de tratarmos bem e fazermos questão de sermos bem tratados. É o minimo, independentemente dos cifrões e outras questões igualmente importantes para criarmos uma sociedade emocionalmente mais sustentável.
A Piu
Br.08.02.2017

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