quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

FELICIDADE

Há uns dois dias um amigo brasileiro perguntou se eu achava que o povo brasileiro é feliz. Uma boa pergunta merece uma resposta no minimo razoável. E o que é ser razoável? É no minimo parar sentir o que está ao nosso redor e dentro de nós, viver o que se apresenta e pensar. Respondi que partindo do principio que a felicidade é um estado interior que se encontra através da espiritualidade não dá para considerar a felicidade como algo homogénio a um povo. E para os ateus espiritualidade é algo que podemos encontrar dentro de nós. Um estado meditativo que a nós nos pertence. Por outro lado, enquanto houver essa tal de desigualdade social fica difícil de considerar que uma sociedade, como um todo, é feliz.

Posso afirmar sem temer em ser considerada generalista que o povo brasileiro tem me ensinado um monte de coisas, uma delas é "Fica fria! Não esquenta, não! Vai dar tudo certo!", outra é que se formos cordiais e simpáticos para as pessoas a empatia rola mais facilmente. É algo que é óbvio, mas como venho do país dos lamentos e de uma maneira ou outra as pessoas tratam-se ao pontapé, é sempre bom relembrar o quanto é agradável ser agradável. Outra ainda é fazer tudo de tudo para que nos respeitem. Quando vacilamos somos tal qual passaritos abocanhados por gatos, como aconteceu há uns dias com uma gataria que vive na minha casa e que alimento. Outra coisa que também tenho repensado séria e profundamente é no modo como falo do meu trabalho, como o valorizo ou não. Nós também somos o modo como nos vemos e apresentamo-nos aos outros.

Não considero que tenha atingido a felicidade plena, mas tenho me proposto a tal nesta ainda pequena e longa caminhada de três anos fora do habitat de origem.
Ter sorte é um aspecto da felicidade, mas por si só não se sustenta. No minimo tirar as tesouras das nossas mãos é já um caminho. Sim vai que a pessoa sente uma coceirinha no peito ou até mesmo no coracanito! Rasga-se toda! E depois quem limpa!? Ahhhh pois! Somos nós mesmos! Só a nós nos pertence limpar o que não cuidamos. Ninguém pode faxinar por nós! Nesse aspecto penso que a felicidade é isso. é acolhe-la nas nossas mãos de coração aberto.

Ana Piu
Brasil, 18.12.2014



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