quarta-feira, 16 de julho de 2014

A VIDA DOS OUTROS É A VIDA DOS OUTROS

Para que quererei saber da vida dos outros? O que eles comem, deixam de comer, com quem dormem ou deixam de dormir. Que dificuldades e desafios encontram. Se for para os ajudar, alentar! Força! Mas há que perguntar sem ser evasivo. Ou pelo menos fazer por isso. Para quê querer saber à arrevelia se sonham com algo ou alguém. Se quiserem dizem. Se não quiserem estão no seu direito. O direito é um dever que devemos defender. O direito a cada um ter a sua vida com a salvaguarda de que arrancar olhos não vale.

Há quem defenda que saber quem dorme com quem é importante para se saber com quem se lida. Isto dito por pessoas supostamente cultas (o que é ser culto se a educação carece de ética, de respeito pelas individualidades e privacidades adjacentes como um shampoo de 2 em 1? Lavar e amaciar o cabelo equivale a termos a consciência limpa e os sentimentos macios). Não será no minimo deprimente vasculharmos a vida dos outros, pois a nossa não é interessante e plena suficiente para a enriquecermos com troca, com riso, com emoção, com silêncio, com dúvidas e já agora com muito amor? Não falo daquele amor piegas, delico doce que rapidamente a curto, médio, longo prazo torna-se amargo. Isso não é amor é EGO. O ego quando ecoa é cá uma barulheira. É um uivo sedento de poder perdido na noite. Faça-se luz. Luz das estrelas, da lua cheia, do silêncio dos sonos sonhados com a tranquilidade que há espaço para nós todos. Não nos precisamos pisar, nem querer mal, nem tentar dar rasteiras no lugar de dar um abraço, porque, como Vinicius diz:

"a vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom/ Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro"

Ana Piu
Pt, 16.7.2014

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