quinta-feira, 16 de abril de 2020

TODAS AS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS TÊM UM CUNHO POLITICO?


#eumeamo #eumecuido #eudecido

Nós somos seres políticos, mesmo quando despolitizados. A despolitização é um posicionamento político. Contraditório? Aparentemente. Não tomarmos partido de algo é tomarmos partido de algo. Porquê? Porque somos seres vivos e seres que sentem, pensam e se emocionam. Ao não tomarmos partido de algo podem existir as mais variadas razões. Porque não nos queremos envolver com um emaranhado que não nos pertence, porque até concordamos com uma das partes mas não nos queremos comprometer, porque até concordamos com as diferentes partes e por isso fica difícil de nos colocarmos ou nos colocamos na afirmação que cada um tem as suas razões e não há motivo para inimizades e disputas. A questão é saber o que nos motiva. A energia da cobardia ou da coragem' A energia da raiva ou da compaixão? O grande desafio é transformarmos as nossas raivas, rainhas, meduchos, pânicos, paranoias, noias, tristezas e nostalgias em energia positiva. E o que é essa energia positiva que pode, e até deve, dispensar oba obas? Energia positiva é antes de tudo termos auto compaixão. Dedicarmos-nos umas mãozinhas de minutos diários a sentir os batimentos cardíacos, a respiração que entra e sai das narinas. Quando o fazemos com assiduidade damos-nos conta das nossas sombras, das nossas limitações e capacidades de superar sofrimentos e pilotos automáticos que nos conduzem ao abismo da confusão mental.

Estar de bem com a vida é um ato politico! Não reproduzirmos o que consideramos injusto, não baixar o nível para sermos responsivos À altura duma situação ou abordagem. Esse ato politico tem a ver com o compromisso de cuidar da nossa mente, corpo e espírito e assim não nos deixarmos arrastar pelos jogos de poder, da mentira, da cobiça, da competição pela competição. Darmos o nosso melhor, conhecendo que não somos nem super heróis, nem deuses nem semi deuses e sim fazermos a diferença através da alegria de viver, do riso das nossas próprias falhas para assim poder superá-las. Por isso o ato criativo é tão transformador. Não existem regras! A pessoa pode escolher fazer a Frozen a vida inteirinha ou mergulhar nos textos do Nelson Rodrigues ou do Brecht ou em lendas e mitos indígenas e/ou afro brasileiros ou na mitologia viking. Ou numa poética que ela mesmo inventou. Mas criar, ser artista é colocarmos-nos no mundo, deixando-nos afetar pelo mesmo e também afetando-o. E isso não tem necessariamente a ver com partidos. No meu ponto de vista nem deve! Nem partidos, nem religiões e sim em algo muito maior que é levar VIDA, ENERGIA VITAL, REFLEXÃO, ESPERANÇA, CAPACIDADE DE AGIR NO MUNDO a outras pessoas através do seu trabalho, da sua obra.

VITÓRIA AO ENTENDIMENTO DE NÓS MESMOS! Quando entendemos as nossas perturbações podemos trabalhá-las para as dissolver e assim também entendermos que os outros também têm as suas perturbações que a eles cabe  cuidar.

VITÓRIA AO AMOR! Quando agimos a partir do coração tudo se torna mais leve, mais empático. Só podemos amar os outros quando realmente nos amamos.

Bom, penso que o que eu escrevi não é nada de original.Mas até isso! Não precisamos de ser originais o tempo todo, se é que alguma vez somos originais. Devemos sim ser genuínos. E isso é politico, porque contribui para um mundo emocionalmente mais sustentável!

Aproveitemos a quarentena para cultivar mais paz interior com profundidade. Isso é docemente bárbaro.

A Piu
Campinas SP 16/04/2020


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Paula Soares Pleuger


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