Hoje é o dia da Deusa Hécate, a Deusa das sacerdotizas, das bruxas. Deusa das encruzilhadas, das chaves, que diante das adversidades abre com firmeza o caminho. É um arquétipo do sagrado feminino. Ou seja, é uma característica que está dentro de nós. No fundo, bem no fundinho, todas as respostas encontram-se dentro de nós. Para isso temos que afinar o estado de presença, silenciado, respirando profundamente deixando-nos conduzir pelo caminho do coração e também pelo caminho da co criação.
A Deusa Hécate é uma Deusa negra. Uma Deusa que caminha na noite, a Deusa das três luas. As suas representações são de uma mulher branca, helénica. Mas agora pergunto: as gregas da Grécia Antiga, aquele enclave entre a Europa, o Médio Oriente e África, seriam assim tão brancas como uma nórdica escandinava só que de cabelo preto como uma esquimó? Ao que consta a Cleópatra era negra, marrom. Sendo ela egípcia não será de estranhar. Onde andam as representações das Deusas Negras? O provável é não terem sido representadas suficientemente e na maioria dos casos branqueadas, tal qual escrava Isaura da Globo nos idos anos 80.
Para todos os eventos a Nova Era já chegou, para muitas e muitos de nós está a chegar para tantas e tantos outros nem nunca ouviram falar dessa tal de Nova Era. Vou dar um só exemplo da chegada da Nova Era, nesta era tecnológica que você, car@ leitor@ ou quer muito continuar a ler este texto ou já salta para outra coisa, até muito mais interessante no seu ponto de vista. Bora lá ao exemplo: neste final de semana assisti a duas grandes assembleias de mulheres indígenas. A primeira aconteceu aqui no Brasil, com mulheres lideres da politica partidária e a segunda foi em San Francisco, USA, com várias mulheres representantes dos seus povos ( Canadá, Colorado, México, Equador etc). A jovem mulher, menina não no sentido de infantilização, mexicana com os seus 18/20 anos, residente em Nova York dizia: " Como podemos exigir a mudança no mundo, nos outros se não nos mudamos individualmente?" O que ela fala não é nada de novo aqui na terra, mas é sempre bom lembrar. E essa mudança passa primeiro por nos acolhermos internamente, isso não tem a ver com religião e sim com espiritualidade. Podemos defender belas e ótimas causas, seja ao nível de consumo, como de alimentação e direitos dos animais e humanos mas se defendermos com agressividade e juízos de valor de quem ainda não entendeu o que nós já entendemos ou supomos entender...Não estamos a fazer bem a nossa parte, porque o essencial falha que é amorosidade, entender que se para nós é difícil mudarmos de um dia para o outro os nossos hábitos, os nossos padrões de comportamento para os outros há-de ser igual. Como podemos exigir que alguém seja desconstruído se não nos desconstruímos? E nós, mulheres, ainda temos tanto para nos desconstruir!!! É ou num é? Porque quando realmente olhamos para dentro percebemos o quanto temos que limpar toda a negatividade que há dentro de nós, e maus hábitos de consumo, porque afinal não somos assim tão bambambam como achávamos ser. E isso é profundamente belo e vitorioso! Quando decidimos dar o passo de nos despirmos das nossas armaduras, das nossas personas, máscaras sociais. E o caminho se torna mais leve. Então, diante duma encruzilhada nós vamos escolher a partir do que pulsa verdade, firmeza e outras características que por mais que tentemos descrevê-las elas não são dizíveis e sim algo que se sente quando abrimos espaço à alegria de voltarmos à espontaneidade da nossa criança interior sem infantilizações fofinhas. Abraçar a nossa criança interior torna-se um compromisso para com nós mesmos e também para com o coletivo.
SALVÉ HÉCATE! SALVÉ PACHAMAMA! SALVÉ TODAS AS DEUSAS, SACERDOTIZAS, XAMANIZAS QUE HABITAM DENTRO DE NÓS, INCLUINDO OS HOMENS E OUTROS GÉNEROS EM TODAS AS CULTURAS E SOCIEDADES!
A Piu
Campinas SP 06/08/2020
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