Como somos cíclicas e viemos do fundo dos tempos e somos nós que no nosso ventre geramos vida e a trazemos à luz, somos mulheres sangradas, sagradas e selvagens. Honrar toda e qualquer mulher, mesmo quando não compreendemos algumas das suas atitudes ou compreendemos mas não faríamos igual não nos julgarmos umas às outras é um grande passo revolucionário. Sairmos do lugar das coitadinhas,mesmo quando somos vítimas duma lógica e patriarcal que enxerga a mulher de igual modo que enxerga a floresta amazónica ou os recursos naturais, como o petróleo e ouro por exemplo, como algo a invadir, explorar até à exaustão e abandonar. E ainda depreciar.
Aqui temos a Norma Jean em criança, depois operária dum fábrica antes de se tornar a Marlyn Monroe, símbolo sexual da indústria cinematográfica de Hollywood. Tornou-se loura para atrair mais público, tendo como alvo o masculino, rapidamente criou-se um novo arquétipo: loura burra. Bom... Muitos de vós outros que eventualmente estarão a ler isto perguntarão para os seus botões: "Mas não são? Existem umas que são burrinhas que só visto!" Pois, a minha mãe era loura e de burra não tinha nada, tinha mais de gata arisca quando lhe pisavam muito os calos. Então, é a ela que dedico este texto, como a todas as mães do mundo, sejam de filhos como de outras criações, assim como à mãe da Norma que infelizmente sofria de esquizofrenia e que com certeza influenciou a saúde mental da pequenita Norma que um dia viria a ser a emblemática Marlyn. A emblemática, carismática, sensual Marlyn Monroe que fez por sair do lugar de adorno sexual nos filmes em que participava e foi estudar com o Lee Strasberg no Actors Studio.
Sabem qual é o grande barato, o grande AHA de nós mulheres sa(n)gradas que escolhemos ser atrizes palhaças? FALO POR MIM, CLARO! E cheguei a esta conclusão agora, volvidos 25 anos de profissão... Nunca é tarde e é algo que se constrói. Não falo em nome de todas, mas de mim e das que pensam e sentem semelhante com as suas nuances. O grande barato é podermos escolher quem nós somos, criar a partir de nós, do nosso feminino e masculino adoecido, em vias de cura e curado. Desconstruir a nossa sensualidade porque isso é muito SEN-SU-AL! Ser livre não é ser libertina. é ser livre. Ser livre é o que há de mais sagrado nesta vida. E quem compreender isso desfrutará muito mais do que os que se querem só lambuzar com aquelas que consideram adornos. Esse feminino e masculino tem a ver com o grau de auto conhecimento que nos propomos a trabalhar. E quando nos propomos a fazê-lo admiramos as outras manas e as apoiamos mesmo quando elas estão à beira dum ataque de nervos. Apoiamos nos umas às outras, uns aos outros e outres. Quanto mais nos cuidamos,mais nos amamos e assim podemos fazer escolhas com mais amor e mais energia sexual canalizada duma forma libertadora e não objetificada.
MARLIN MONROE SEMPRE DIVA NAS SUAS FRAGILIDADES E POTÊNCIAS
Marilyn Monroe (nascida Norma Jeane Mortenson
A Piu
Campinas SP 06/08/2020
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