"Olho vivo e pé ligeiro!". Já dizia o meu avô Alfredo, mais conhecido por Cunha e ao que dizem que todos os nomes começados por "Al" são de origem árabe. Que sejam! É meio que evidente! Nascemos ali naquele enclave entre a terra e o mar, num vai que não vai num baile das rosas dos ventos. " Mouros" desdenham os nortenhos portugueses numa rixinha secular entre se fica aqui ou vai se para alá. Enfim, mesmo assim prefiro a praia do Meco. 😜Olha a private joke! Ou melhor a piada local, nacional.
Voltemos! Esse meu avô sempre dizia essa frase quando levava o seu filho à cidade. Imagine se o fluxo de trânsito e de pessoas comparados com os dias de hoje!
Hoje, por força das circunstâncias, eu lembro me dessa expressão para toda e qualquer situação em que o movimento de almas que ora se aproximam, ora se afastam. Como uma dança!
Uma expressão assaz muito pertinente, pois numa frase só chama-nos a atenção para a importância de observarmos com cuidado e já agora carinho para que haja firmeza no encontro. E também ligeireiza. Isto é, leveza. Que isto não há vida para passar uma vida inteirinha com o olhar turvo e pé pesado. Como podemos voar? Amar? Nos apaixonar e todas as coisas que nos dão ar para respirar? Ah pois, pois é!
As raízes, do que é já é, sempre resistem aos muros. Um muro medir forças com uma árvore! Ah Essa é boa! Pura ilusão! Vitoriosos são aqueles que se enraizam para se poderem apaixonar, amar! Amar rima com abraçar que é muito diferente e oposto até de abafar.
Olho vivo e pé ligeiro! E a vida sorri! Esta última frase é um slogan publicitário do tempo em que o meu avô era vivo e trazia chocolates quando viajava para mim e para o meu irmão. Chocolates da vizinha Espanha. Até há uns que dizem: " Da Espanha nem bons ventos nem bons casamentos!" Preconceitos... E preconceitos são como pedras no sapato. Vitória para quem dispensa preconceitos!
Agora vou no caminho vermelho, o do coração com olho vivo e pé ligeiro!
A Piu
Br, 15/12/2018
Br, 15/12/2018
Esta raiz no muro parece um rosto duma pessoa. Bárbaro!