quarta-feira, 14 de novembro de 2018

QUEM É A MULHER BRASILEIRA?


Viviane Mosé (Vitória, 16 de janeiro de 1964) é uma poetisa, filósofa, psicóloga, psicanalista e especialista em elaboração e implementação de políticas públicas. Mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou sua tese de doutorado Nietzsche e a grande política da linguagem em 2005 pela editora Civilização Brasileira. (...) Viviane Mosé é hoje uma das palestrantes mais requisitadas do país. Fala sobre educação, cultura, sociedade, sempre tendo em vista os desafios do contemporâneo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viviane_Mosé
 
" O pensamento é nossa dignidade, porque nos permite vencer o sofrimento, não por meio da eliminação da dor como tem tentado a modernidade, com suas infinitas fábricas de ilusão, mas por meio de uma afirmação da vida em sua totalidade, ou seja por meio de uma interpretação da vida que inclua o sofrimento. O homem deixa de ser arrastado pelo sofrimento quando o utiliza como o impulso em direção a jornadas cada vez mais difíceis. O sofrimento é impulso para a vida,  e o que dignifica o homem é sua capacidade de afirmar aquilo que o aflige, invertendo a direção das forças.

Todas as coisas podem ser interpretadas de infinitas maneiras, esta maleabilidade do pensamento, ou seja, sua capacidade perspectiva, ficou adormecida em função do valor dado à verdade no pensamento ocidental, mas pode ser retomada.
Ver o mundo a partir de novas perspectivas é a meta, não mais uma cultura que se componha desde seu princípio como uma contranatureza, mas uma cultura que tenha como alvo afirmar a vida, fortalecê-la.

Em vez de negar o sofrimento constitutivo de tudo o que existe, a cultura  pode se dedicar  a fortalecer o homem, tornando-o capaz de enfrentá-lo. Podemos vencer a dor sentindo-a plenamente  , utilizando como estimulante a arte, especialmente a música, o pensamento afirmativo, a contemplação da natureza, o corpo. O homem pode utilizar a dor como impulso para a vida, mas para isso precisa ter coragem de admitir seu vínculo e sua submissão à natureza."

MOSÉ, Viviane " O homem que sabe? ", Civilização Brasileira, Rio de Janeiro: 2014.

Por estes dias vinha pensando escrever o texto da semana em homenagem a alguma mulher brasileira que tenha impactado na sociedade brasileira. Foram e são várias. Umas mais visíveis, outras nem tanto por motivos vários. Definir o que é a mulher brasileira é duma complexidade tão imensa que provavelmente é inglório tal feito porque será sempre redutor. O povo brasileiro nos últimos 500 anos é o encontro e desencontro de pessoas de muitas origens, histórias, paixões, abusos, incompreensões e também compreensões.

A mulher brasileira antes de tudo é aquela que nasceu ou sente-se vinculada a um território, a uma cultura constituída por culturas várias.

Incluir a mulher indígena, tantas vezes esquecida e silenciada em tantos debates sobre condição feminina, além  de ser digno é mais que justo. Não incluir a mulher indígena é, diretamente ou indiretamente, subscrever a violência contra a mulher, a natureza, a vida em território brasileiro. No mês em que se comemora o dia da Consciência Negra, incluir a Mulher Indígena como fonte de  sabedoria e de reconexão com a Natureza é encarar o sofrimento que uma sociedade baseada no poder do capital e da força bruta sobre o poder do sagrado feminino para assim ir-se curando todas essas mazelas que se tem vivido ao longo de séculos. No dia 20 de Novembro comemora-se o da da Consciência Negra no Brasil. No dia 25 de Novembro comemora-se o dia da  dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher.

VIVAM AS MULHERES BRASILEIRAS E DO MUNDO INTEIRO! VIVAM OS HOMENS QUE CAMINHAM OMBRO A OMBRO E HONRAM O ÚTERO DE ONDE SAÍRAM!

Chauzinho! Até semana que vem! Ah! E não se esqueça de entrar na página do facebook " AR DULCE AR" curtir, divulgar e apoiar financeiramente com o que puder, quiser e valorizar.

Ana Piu
Br, 14/11/2018

obs: este texto foi escrito Ana Piu ( atriz palhaça com formação em artes cênicas, graduada em Antropologia e mestrado em Antropologia Social)
"Precisamos descolonizar o nosso imaginário sobre esses povos. Não temos que falar pelas mulheres indígenas, mas aprender com elas". Ana Beatriz Rosa https://www.huffpostbrasil.com/2016/11/25/por-que-a-violencia-contra-mulheres-indigenas-e-tao-dificil-de-s_a_21700429/


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