terça-feira, 29 de novembro de 2016

ESSA É GRANDE PEGADA!

Como portuguesa, considero que não deixa de ser uma grande redundância apresentar-me como federada no MMPP ( Movimento das Mulheres Portuguesas Palhaças). Aliás, fui eu que fundei esse movimento. Como 'boa portuguesa' tem sempre estilo dizermos que somos pioneiros duma coisa qualquer. :P :D Ora pois, pois então! Não fora um ato de coragem libertária rirmos de nós mesmas! Já que rir do 'outro' para nos valorizarmos, como se fossemos superiores, além de ser ultrapassado é boçal. E... atchim! Atchim! A primeira coisa a colonizar ou tentar colonizar é o nosso corpo atchim, a nossa alma e o nosso espírito e eu digo ATCHIM para nós também. Mais vale rir juntos do que não. Ora essa é a questão. ATCHIM ATCHIM!
Ana Piu
Brasil, 22.11.21016

Existe uma diferença substancial entre ser troca tintas e manhoz@. Troca tintas é aquele ou aquela que se compromete e depois se descompromete. Faz-nos sentir descartaveis e substituíveis. Chato. Todo nós somos assim, em menor ou maior escala. Por vezes é muito chato mesmo, pois mexe diretamnte com o nosso trabalho. Essa prática que dignifica-nos.
Já @ manhoz@ não olha a meios para atingir os fins. Pode ter o poder da oratória, seduz e é incapaz de pedir perdão. Quando o faz é por conveniência.
No primeiro caso a relação pode ter continuidade, porque mesmo assim há escuta;já no segundo caso algo de podre tem no reino da Dinamarca. Isto é, nem tudo o que reluz é ouro e genuino, brilhando por si só.
Vivam @s trocas tintas que estão sempre pront@s para se reinventarem!
Ana Piu
Braziule nov.2016



Bom... está na moda propagandearmos a nossa imagem. Os ditos selfies. As redes sociais são exímias em potencializar o nosso lado esquizoide. Ou somos os maiores, felizes para cara... caramba; ou somos uns coitadinhos que ninguém nos quer e tudo nos corre mal... mas o que enjoa mesmo é o culto da imagem vazia de conteúdo, de nada para dizer de coração, de nada para acrescentar intelectualmente falando , num prisma da inteligência emocional. E se somos assim é porque talvez só vejamos tv mais aqueles clips em que toda a minha gente quer ser rica, linda, gostosa, próspera, divertida e feliz. Mas já agora pergunto:se preguntarmos para o tinder o que significa felicidade, ele saberá responder a essa pergunta tão filosófica?
Ana Piu
Br nov.2016

HASTA SIEMPRE (?!?!?)

O primeiro e até agora único roteiro para cinema que escrevi conta a história, que eu ouvi de alguém como sendo verídica, de um sujeito que se coloca na fila daqueles que se vão despedir uma ultima vez do Pinochet. Quando chega a sua vez ele puxa uma daquelas vinda não dos pulmões e sim do estômago, das vísceras. Agora pergunto: haverá algum infidel com vontade de fazer o mesmo no dia de hoje ao Castro? Ditadura é ditadura! Não tem jeito não. E a do Castro não erradicou a pobreza e quem lá vive conhece o peso da repressão. Vamos nos deixar de tretas. A sede d poder é o que lixa isto tudo, tanto a nível macro como micro. E como em São Paulo também pode ter amor, deixo um pequeno trecho dum jornal libertário o que adquiri na feira anarca: "Em tempos de eleições convém lembrar mais uma vez dos perigos da esquerda que se institucionaliza e de oprimida se torna opressora. " Por Ativismo ABC, boletim informativo Ação Coletiva n 2 set.2016
Considerando que o meu ideal é libertário, defendo ainda que o paradigma está na resistência pacifista, no consumo sustentável e na ecologia das emoções .
MAIS AMOR SEM FAVOR!

A Piu
Brasil, 27 de Novembro de 2016

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A ALQUIMIA DE TRANSFORMAR AS TREVAS EM VIDA (série: amores incondicionais)


Mesmo quando
tudo parece escurecer à volta
a chave é relaxar
não panicar
escutar os batimentos cardíacos
visualizar colorido
dissipar a mentira num movimento que se ergue até ao interruptor
no escuro
em passos suaves e firmes intuir onde se localiza aquele vitorioso "click!", aquela porta entreaberta que num movimento de coragem e esperança escancara-se clarificando o caminho, deixando aquele até então quarto escuro sem mistério, sem intriga, sem a ilusão de sentimentos e ressentimentos que não passam de obstáculos
tudo é vida, mesmo quando esta se encolhe num recanto sombreado
tudo é amor incondicional, quando a ignorância, a alma doente se diluiem na consagração da honra e alegria de estarmos vivos com vulnerabilidade, leveza e transparência
saídas existem sempre
uma questão de escolha e decisão

olhar por dentro e por fora
olhar de perto e à distância
saber quando dizer "sim" e quando dizer "não"

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

APESAR DE TUDO

apesar de tudo amo a vida
mesmo quando a História dá voltas, revoltas e reviravoltas
apesar de tudo
tudo é muito mais que a boçalidade daqueles que almejam poder
apesar de tudo
tudo é muito mais leve
muito maior que as mesquinhezes pessoais, eleitorais, conceptuais cheias de ais
apesar de tudo só sairemos da penumbra quando o coração sair da sua própria gaiola
antes duma nação
existe o coração
antes duma imperial potência
existe a decência do dia a dia
 se eles andam aí
a gente já sabe
e o nosso amor onde cabe?

Ana Piu
Br, 09.11.2016

mais vale um urso amigo
que um humano perigo


voar é a nossa missão
com os pés empurrar o chão
e não temer voar na contramão

OH DOG! OH MY DOG! CAN YOU GIVE ME A BIO LIGHT CIGARRETE? ( tradução livre: Oh cachorro divino! Oh meu cachorro endeusado! Passas um cigarro bio light aromático medicinal?)

" Não é um sinal de boa saúde mental estar bem adaptado a uma sociedade adoentada." Jiddu Krishnamurti
HÁ MUITO TEMPO...
.
Quando eu era rapaz
(digamos, há cinquenta anos)
havia gente grande e ingénua
que se assustava com uma zaragata de rua
ou com uma bravata de bêbados
num bar. E diziam:
«Deus meu, que dirão os americanos!»
Para alguns,
ser ianqui, naquela época,
era como ser quase sagrado:
a Emenda Platt, a intervenção
armada, os couraçados.
Então não se podia imaginar
o que hoje é o pão quotidiano:
o rapto de um coronel
gringo ao jeito venezuelano,
ou de quatro agentes provocadores,
como na Bolívia fizeram os nossos irmãos;
nem os definitivos barbudos da Serra, claro.
Há cinquenta anos
na primeira página dos jornais, nada menos,
vinham as últimas notícias do beisebol
vindas de Nova Iorque.
Caramba! O Cincinnati ganhou ao Pittsburg,
e o St. Louis ao Detroit!
(Compre a bola marca ‘Reich’, que é a melhor).
John, o boxeur,
era o nosso modelo de campeão.
Para as crianças, o óleo de Castor Fletcher
era o remédio indicado
em casos (rebeldes)
de enterite ou indigestão.
Um jornal
muito moderno tinha
uma página diária, em inglês, para os ianquis:
«Jornal cubo-americano
com as notícias do mundo».
.
Não havia como sapatos Walk-Over
e pastilhas do Dr. Ross.
O sumo de ananás
deixou de sê-lo:
a Fruit Juice Company
chamou-se ‘Huelsencamp’.
.
Viajávamos para Munson Line até Mobila,
para Southern Pacific até Nova Orleães,
pela Ward Line até Nova Iorque.
.
Havia Nick Carter e Buffalo Bill.
Havia a lembrança imediata gordurenta esférica de Magoon,
gangster oleoso e governador,
entre ladrões e ladrões, Ladrão.
Havia o American Club.
Havia o composto vegetal de Lidia E. Pinkam.
Havia o Miramar Garden
(tão fácil que é dizer jardim em espanhol).
Havia a Cuban Company para viajar de combóio.
Havia a Cuban Telephone.
Havia um tremendo embaixador.
E acima de tudo, cuidado,
os Americanos vêm aí!
(Outras pessoas que não eram tão ingénuas
costumavam dizer:
O quê? Vêm aí?
Mas não estão cá já?)
.
De todas as maneiras,
elas sim eram grandes,
fortes,
honestos até mais não poder.
A nata e a flor.
Eram o nosso espelho
para que as eleições fossem rápidas e sem discussão;
para que as casas tivessem sempre muitos andares;
para que os presidentes cumprissem com a sua obrigação;
para que fumássemos cigarros de tabaco virgínia;
para que mascássemos chewing gum;
para que os brancos não se misturassem com os pretos; .
para que usássemos cachimbos em forma de ponto de interrogação;
para que os funcionários fossem enérgicos e infalíveis;
para que não rebentasse a revolução;
para que pudéssemos puxar a corrente do autoclismo
com um puxão enérgico.
.
Mas aconteceu
que um dia vimo-nos como as crianças que se tornam homens
e descobrem que aquele tio venerávelque as sentava ao colo
esteve preso por falsificador.
Um dia soubemos
o pior.
.
Como e porquê
mataram Lincoln no seu camarote mortuário.
Como e porquê
os bandidos lá são depois senadores.
Como e porquê
há muitos polícias que não estão na prisão.
Como e porquê
há sempre lágrimas na pedra dos arranha-céus.
Como e porquê
Texas foi separado e levado de um só golpe.
Como e porquê
já não são mexicanos o pomar e a vinha da Califórnia.
Como e porquê
os fuzileiros navais mataram a infantaria de Vera Cruz.
Como e porquê
Dessalines viu arreada a sua bandeira em todos os mastros de Haiti.
Como e porquê
o nosso grande general Sandino foi traído e assassinado. .
Como e porquê
nos encheram o açúcar de esterco.
Como e porquê
cegaram o seu próprio povo e lhe arrancaram a língua.
Como e porquê
não é fácil que este nos veja e divulgue a nossa simples verdade.
Como e porquê
.
Vimos de muito atrás, muito atrás.
Um dia soubemos tudo isto.
A nossa memória guarda as suas lembranças.
Crescemos, simplesmente.
Crescemos, mas não esquecemos.
.
Nicolás Guillén

ETERNIDADES

Eu amo-te
Como sempre te amei
O amor não se prende
Mas aprende-se
Eu amo-te
Como muitas vezes não te amei
Diante da aceitação e da rejeição
Optei por te amar
Como sempre te amei
Tirando as vezes que não te amei
Ana Piu
Br, .11.2016

PENSAMENTOS DIALOGANTES

- Você é da Europa.
 - Sou.
- De onde?
- D'Abóboda.
- .......... Não conheço.
- Fica a duas horas e meia de avião para Paris, só que é preciso ir de "cameneta", quem diz "cameneta" diz "carrêra", até à Pontinha depois aí pode ir de metro. Tem é que andar um bocado. Coisa pouca.
- Ah! Que chique!
- É chique! Um chiqueral! Já não falando que pertinho do aeroporto fica a Porcalhota, que agora chama-se Amadora.
- Porcalhota?
- Não conhece? Não conhece a feijoada à Porcalhota? Na festa do Avante era cá um petisco!
- Festa do quê?
- Uma festa mais ou menos como outra qualquer mas um pouco diferente.
- Quer explicar?
- Opa! Espera aí! Agora não vai dar! A "cameneta" tá a chegar e depois só daqui a meia hora. E agora que o café do Jaquim já nem existe para beber uma gasosa. Agora é um banco. Utla! Não precisa de dizer "qu'i chiqui!" Chauuuuu

Ana Piu
Br, 08.11.2016

A CRISE DOS 40 DAQUELA QUE NASCEU NOS 70'S OU A CRISE DA ADOLESCÊNCIA? ISTO É QUE VAI UMA CRISE! ( SÉRIE: poesias prosaicas)

Não demonstro o meu amor com um beijo, demonstro bailando.
Fred Astaire
Quantos beijos vale uma dança? Quantas danças vale um beijo?
Agora sei que ser fã do Justin Bieber e vê-lo ao vivo e a cores custa o olhos da cara. A cena melodramática depois de um "Não vai dar." já aconteceu. Depois dessa grande tragédia pedagógica ó didática que é lidar com a frustração de não ter tudo num estalinho de mãos, perguntei: " Ouve lá! Tu já imaginas-te o monte de patricinhas aos guinchos histéricos que terias de enfrentar? Além de ser um grande isco para arrastões e outras coisas que tais!"; "Ah mais vai estar um monte de seguranças!...", "Ãããããã que estimulante a pessoa pagar um bilhete, dos mais baratos, que custa o salário de muita gente e ainda ter de enfrentar patricinhas, mauricinhos, betalhada copo de leite com amiguinhos armados. Dasseeeeeeeee. Escolhe lá outro amor! 'Ca dança por estas bandas é outra!"
Ana Piu
Br, 07.11.2016

GRATIDÃO BRASIL E A TODOS AQUELES QUE CAMINHAM JUNTOS PARA EXPANDIR A CONSCIÊNCIA! acerca da matéria sobre "E o palhaço o que é?", vivência orientada por Ana Piu antes dum ritual de ayahuasca.

Nós acreditamos no que faz sentido para nós. Mesmo que não acreditemos em algo, quem acredita merece esse respeito. Eu acredito na medicina das plantas da floresta. Eu acredito na sabedoria indÍgena. Eu acredito no que é ancestral. Que viemos do fundo dos tempos e somos energia volátil que atravessa o cosmos sem principio nem fim. Acredito na força da natureza e que esta nos expande a consciência. Que nos ensina a amar. A pedir perdão e a perdoar.
Estou muito grata a todas as oportunidades que tenho tido em mergulhar dentro de mim para que a consciência expanda e me torne melhor ser vivente. Eterno desafio. Empreitada sem fim.
Gratidão a Mohini Taila a Ananda Joy por me terem iniciado nessa longa viagem sem regresso. Voltar às raízes, à essência com a oportunidade de olhar a sombra de frente para que a luz surja por detrás da imensa montanha. Grata por não imporem dogmas.
Por estas e por outras, sinto-me imensamente grata e feliz de estar em terras brasileiras, mesmo quando o caminho não linear e todo florido como nos filmes de Walt Disney. Mas também quem disse que a vida é um roteiro do Walt Disney?
Gratidão a Raphael Concli por esta matéria escrita sobre uma vivência sobre palhaço orientada aqui por mim, antes dum ritual de ayahuasca. Viva a medicina da floresta nesta Era de Aquário, em que a espiritualidade é mais importante que o lucro, o status, o ego. E todas essas ilusões sociais.
Gratidão sincera do fundo do coração
Ana Piu
bRASIL, 06.11.2016

http://jpress.jornalismojunior.com.br/2016/10/cha-palhacos/
Como vocês vieram à América?
Ringo- Fomos até à Gronelândia e aí viramos à esquerda.
Ringo- Amo Beethoven... especialmente os seus poemas.
Os que vocês fazem no quarto do hotel?
George- Patinação artística.
Vocês têm alguma mensagem para os americanos?
Paul- Sim, temos. Nossa mensagem é... comprem mais discos dos Beatles.
in: The Beatles, texto: Geofrey Stokes/ planejamento visual: Bea Feitler

O NEO COLONIALISMO NO BRASIL

Para muito e para tantos conhecer uma mulher portuguesa a viver no Brasil há quase 5 anos, tendo conhecido e viajado desde há 20 anos a esta parte o Brasil de ponta ponta via térrea e fluvial e com uma filha de sangue indígena pode até achar meio... exótico? inédito? estranho? a mesma ser anti imperialista e anti colonialista. Já que esta "estrangeira", cuja a vida seria muito mais facilitada em terras brasileiras se a mesma se apresentasse como francesa, e não podendo votar, pelo menos deve-lhe ser concedido o direito de liberdade de expressão. SIM! É contra a exploração, aos resquícios de escravatura e à corrupção. Assim como ao machismo tão gritante nesta terra, vindo tanto de homens como de mulheres. Quem achar que isso é falar mal do Brasil. Oh meu amigo! Qualquer coisa de equivocado paira no ar. E uma visão nacionalista é muita.... fascista? Pelo menos parece. Tipo: " Vem p'ra aqui p'ra nossa terra falar mal do Brasil." ANTES DE TUDO O BRASIL É DOS INDÍGENAS,PÁ! E o mundo é nosso, sem fronteiras quando com a consciência expandida, páááá´.
Ana Piu
Brasil, 30.10.2016

https://youtu.be/ECYyn3O1gUM