sexta-feira, 8 de agosto de 2014

MALA DAS VALORIZAÇÕES

Muitos estarão curiosos de saber como foi voltar após dois anos à minha terra natal. Outros nem estarão nem aí. Embora sabendo das cambiantes da curiosidade ou da falta da mesma testemunho na mesma. Um matar de saudades com um apontamento de esperança do pessoal não esmorecer e um confirmar que não deixa de estar tudo na mesma como a lesma e que isso me causa alguma irritação, que camuflo de "deixa lá isso da mão", visto não ser nada agradável entrar nas redes sociais para desmembrar a boneca. Ma vou desmembrá-la na mesma! Perdido por cem, perdido por mil. ENJOAM AS GUERRINHAS DE EGO, PARTIDÁRIAS OU APARTIDÁRIAS QUE DURAM HÁ DÉCADAS! METEM NOJO PORQUE PARECE QUE O PESSOAL ANDAM A BOICOTAR-SE UNS AOS OUTROS. A CRISE, MAIS QUE FINANCEIRA, É DE VALORES!

Há 22 anos que conheço Évora. Estudei lá no Centro Dramático de Évora com uma direção ligada ao partido comunista que assumia os cargos municipais. Enfim, um lobby como outro qualquer. Um lobby provinciano, mas não deixa de ser um lobby. Esses mesmos comunistas, que vamos partir do principio que se preocupam com o bem estar comum (?!?!) mas que usufruíram dos fundos sociais europeus metendo ao bolso para proveito próprio. Sim senhora! Isso é que é ética! Iguais ou piores dos que criticam! Diria piores, pois fazem acreditar que o paradigma pode ser mudado, mas é tudo mentira. MENTIRA! Aproveitam-se de princípios éticos para proveito próprio.

Em Évora fui recebida pelos meus amigos de há 20 anos. Pim Teatro. Tiveram a coragem de manter um Festival de Palhaços. Veio gente muitas partes do mundo pelo seu bolso. Um veio que trabalhou com o Slava e o Cirque do Soleil. Alguém percebeu isso na cidade? Ahhhh foi à hora da novela. Borrifo-me para o Cirque do Soleil, mas... Se fosse alguém da telenovela logo viriam todos a correr. É isso?
 Não houve caché em Évora, porém o Jornal das Cenas ao Sul escreveram que o Festival teve um apoio significativo. Grande piada de mau gosto! PIADA DE MAU GOSTO, Ó COMUNAS! É vergonha passar o chapéu na rua? Já não é tempo de nos valorizarmos uns aos outros?

Partilhei o meu trabalho e não tenho vergonha nenhuma de passar o chapéu. Vergonha tenho é receber moedinhas minimas mesmo dizendo às pessoas para não me darem esmola, pois quem não puder dar ofereço do fundo do coração o meu trabalho. Enfim, quando o estômago começa a revolver o melhor é pegar na malinha e dizer:"Até já! Encontramos-nos mais à frente!"


Ana Piu
Brasil, 08.08.2014



ANA PIU
(Lisboa 1973)

Vive no Brasil. Frequenta a pós graduação de Antropologia Social na UNICAMP/ Estado de São Paulo. Com o projeto: Na eternidade cabe lá todo o mundo: visita dos palhaços do Grupo Gandaiá a dois asilos de Indaiatuba, no estado de São Paulo - Ana Figueiredo (PPGAS-Unicamp).

Desenvolve ainda num núcleo de treinamento a linguagem de clown e treino energético dentro da linha de trabalho do Lume Teatro com um grupo de alunos do Instituto das Artes Cênicas da UNICAMP.

Em 2013 participou do projeto Cria Cores- (Manipulação de bonecos) PROAC. (Circulação – 40 cidades – SP).

Cria o grupo de teatro “Balbinas Beduínas” com Denise Valarini, que funde o teatro de manipulação de objetos, marionetes e clown.

Apresenta um solo de clown em cabarés : “As aventuras e desventuras de Maria Bonita”

Fez parte dos Doutores Palhaços do Operação Nariz Vermelho entre 2003 e 2011. Leccionou clown e teatro do gesto no Evoé, na Estal, Fornmação de Atores (Lisboa).

Orientou workhops de Clown em diferentes locais, nomeadamente no Teatroesfera, Mil e uma Danças (Lisboa/Portugal) entre outros.

No Teatroesfera encenou, juntamente com Paula Sousa, Achtung! e Tim tim por tom tom, uma pesquisa em teatro do gesto e técnica de clown

Trabalha como actriz de teatro, desde 1995, em várias companhias e projectos (Teatro ao Largo, O Bando, Teatro Joana, CENDREV, Teatro Meridional) e encenadores João Ricardo no Teatro Nacional em “Sonho duma Noite de Verão”, com John Mowat na companhia do Chapitô em “O Café”. Em 1999 criou Bip Bip Teatro apresentando o espectáculo “Das duas, duas e o chapéu de coco” em Portugal, Espanha e Brasil.
Colaborou com o Chapitô em animações teatrais. E é contadora de histórias em bibliotecas e outros espaços.

Fez parte do Teatro Ka, companhia de artes de rua, onde actua em “Uruboru” (espectáculo em andas)
Actualmente tem dois espectáculos em carteira “Dona Estrela” (teatro e contação de histórias) e “Já Tá” (espectáculo para bebés) a solo.

Em 1999/2000 leccionou aulas de improvisação e movimento teatral no Estabelecimento Prisional de Tires, orientou aulas de Expressão Dramática alunos do 1º ciclo através do Teatro Esfera.

Protagonizou alguns spots publicitários, entre 1998/99, para a Mega fm, Sumol, Telecel, TV Marcelo.
Fez dobragens no País Basco em 1999.

Inicia a sua formação artística em 1991 no curso de actores do IFICT (Lisboa), ingressa em 1992 na Escola de Teatro de Évora. Em 1996/97 é bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar na École International du Thêatre Jacques Lecoq.
Ao longo do seu percurso artístico participa em vários workshops (Theatre du Mouvement, Stan, teatro do gesto com J. Mowat, etc…), assim como na formação interna promovida anualmente pelo Operação Nariz Vermelho direccionáda para o trabalho de clown. André Riot-Sarcey, Ângela de Castro, Sergio Claramunt, Ricardo Pucceti, Amy Hatab são alguns dos formadores internacionais desta vertente da arte performativa. Participou em Agosto de 2011 no Odin week festival, Dinamarca. Graduada em Antropologia no ISCTE- Lisboa.



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