Cá vai mais um momento do meu processo de trabalho. Aquilo que digo no inicio não corresponde na íntegra ao que vai acontecer a seguir... Ai a memória curta do palhaçinho!!E aqui batemos num ponto frágil. O palhaçinho... Lá vai desabafo!! Também já sou largamente tetragenária (outro dia ouvi esta expressão logo às 9 da manhã e gostei, não sei o que quer realmente dizer, mas soa bem) por isso vou-me permitir dizer o que me vai na alma! E o blog é meu!
Bom, lá vai desabafo: dá-me fornicoques na barriga quando alguém nos chama de palhaçinhos. Soa-me a benevolência e a uma admiração por uma arte menor. O equivalente às considerações que se tecem em torno do teatro para a infância...
Então, tenho o maior prazer de partilhar este momento inacabado do meu trabalho com os demais.
Baseado na improvisação, viajo pela minha gramática gestual (gestos/ movimentos próprias da minha palhaça). Não utilizo nariz porque quero explorar para lá do código que o nariz oferece de imediato. Pretendo explorar a vulnerabilidade, a imobilidade e o silêncio.
Ao visionar este vídeo percebi que posso ir mais longe nesse estado de vulnerabilidade,onde o vazio toca o espectador sem ter que necessariamente fazer rir. Que riso quero provocar? Quero provocar riso?
Até onde quero expôr os medos e os sonhos? São algumas questões que me perseguem e que eu as persigo.
Instintivamente movimento-me muito. Como contrair esse movimento que muitas vezes pode ser ruído? Qual a força da imobilidade? O silêncio!... O silêncio permite um outro estado de comunicação que sei que me leva para universos profundos e delirantes. O que digo quando não digo nada? E apenas sou.
Aqui a música serviu como estímulo. Não sei ainda se será aproveitada para o espectáculo, enquanto resultado final.
O próximo texto será em torno da minha revisita à MÁSCARA NEUTRA com a ilustrissima Pepa Diaz Meco, neste Maio que finalizou.