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No domingo esqueci da caixa cenografada da Maria da Luz. Mas como nada acontece por acaso procurei uma outra solução com a primeira caixa que criei para a Maria da Luz. Uma espécie do tipo: " Se vira, Piúuuu!". O Gabriel foi a "cobaia" , assumindo o papel dum espectador que dá umas boas dicas tanto cenográficas como a poética das mesmas. Valeu, Gabriel! |
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O Gabriel além de trabalhar na secretaria da cultura da Prefeitura de Vinhedo é estudante de artes visuais. Muito bem! Que quem ocupe funções em orgãos públicos tenham um olhar sensível e trabalhado sobre a matéria.
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O menino Pepeu megulhando na toca do coelho de " A Viagem de Maria da Luz". |
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O Pepeu do outro lado da caixa numa relação interativa durante a apresentação. Tocando as minhas mãos e os objetos com as pontas dos dedinhos. Um menino muito especial, que segundo o pai e o tio concentrou-se do principio ao fim como é raro. Uma honra para a menina Piu.
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Onde as linguagens se encontram: grafismo, poesia, música e artes cênicas |
Levei muitos anos para me apresentar como atriz. Uns 5 ou 6 anos depois já ser essa a minha profissão. Se por um lado considerava pomposo tal denominação, achava também pretensioso para a minha curta trajetória. Para assumir que sou artista ainda levou ainda mais um bom par de anos. Aprendi a não ter receio dessa auto denominação com a querida Judite da Silva Gameiro que na sua expressão franco-lusa falava da sua equipe e do nosso meio " les artistes". Atriz palhaça também é algo relativamente recente. considerando que nasci no século passado do milénio anterior. Depois, mais tarde... recentemente! por circunstâncias da vida foi como que "obrigada" a aprender a produzir o meu repertório artístico. A começar a encarar olho no olho essas crenças limitantes que são: artista não se sabe vender!; com a crise financeira ninguém tem dinheiro para a arte. Buuhhhhhh! Sai para lá balela! Se é necessário muito peito para enfrentar as crises financeiras e o sistema que nos quer individualistas, aprendemos também a entender que a crise mais do que é financeira é de valores. E quando a ficha cai as asas crescem, os pés enraízam-se, a cabeça e o coração abrem-se para que possamos realmente continuar caminho acreditando no nosso trabalho e que juntos somos mais com o paradigma da empatia ao qual podemos chamar de ecologia das emoções. Desta forma e desta feita jogo aqui para o universo: parcerias ( sejam de foro privado, público e profissional ) somente onde o bom trato, respeito, escuta e admiração sejam mútuas. Cá nada de mal tratar ninguém nem permitir que nos mal tratem! Utla! Salta daqui para fora! Nada paga o nosso equilíbrio emocional, sabendo que a saúde começa no coração e suas emoções e sentimentos adjacentes. ;)
E como a arte para respirar e crescer, no meu ponto de vista, precisa de interlocução continuo a compartilhar o trilhar dum trabalho que requer dedicação, estudo, trabalho. Por estes tempos também compreendi que se não abrirmos mais as portas do processo do nosso trabalho o cidadão comum não vai saber porque a nossa profissão é uma profissão e que a sua função social é efetiva. Mil vezes grata a todos e todas aquelas que têm contribuído na formação em produção cultural e economia criativa: Cassiane, Lisa Bueno, Anna Kuhl, Ju Rossi entre outrxs.
Nos dias 28 e 29 de Julho aconteceu em Vinhedo Paisagem- Festival de Impressões. Apresentei duas caixas de teatro lambe lambe. A primeira já apresentada aqui no Brasil, Portugal e Chile. A segunda estreou. E por ter estreado ainda está em construção porque é com a relação com o público que a mistura fina vai acontecendo. Delegar ao espectador a sua visão, como se dum diretor artístico se tratasse, é um enorme prazer e honra. Como artista crio para as pessoas. O meu foco é comunicar. Então o olhar das mesmas é me caro. Porém neste final de semana criei uma frase de efeito em conversa com parceiros das artes visuais: Eu não crio para agradar. Eu crio para tocar.
Vamos lá então ao registro fotográfico desta jornada.
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Lambe lambe a la carte: " Uma janela para o largo" e " A Viagem de Maria da Luz" autoria: Ana Piu
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