Viramos o século e o milénio. Uns já desacreditados de todo e qualquer regime, outros ainda intimamente colocando algumas esperanças nas suas utopias que os regimes trataram de distorcer e desvirtuar. Mas a questão talvez esteja em que uma boa parte das pessoas sentem uma imensa necessidade de serem lideradas, porque assim é mais fácil. Como vivemos na era do empacotado, porque não umas ideias fora de prazo empacotadas? Sim, porque ter autonomia requer trabalho, dedicação, aprofundamento no auto conhecimento. Como podemos exigir aos outros quando não fazemos a nossa parte? Como posso terceirizar a minha felicidade num líder, guru e outros tantos que por serem humanos são falíveis. Daí, quando esse alguém onde depositamos tanta expectativa não corresponde ficamos de amuo, de cara fechada, biquinho e braços cruzados: "Já não quero mais ser seu amigo! Vou votar no outro ou vou seguir o outro só para te chatear!" Em suma, uma lógica em que nos desresponsabilizamos de sermos sujeitos históricos para encontrar um bode expiatório. E assim vamos saltitando de bode expiatório em bode expiatório.
Se é para acreditar em algo, eu acredito na expansão da consciência, na reconexão com a nossa essência, com a intuição que nos conduz para o caminho da amorosidade e do amor, em que vamos passo a passo reprogramando a nossa mente para nos limparmos de pensamentos tóxicos onde o que prima é a comunicação não violenta. Como muito dizem: " Não queira ter sempre razão, queira sim ser feliz!" Oh desafio herculico!
Ah! E quando ignoramos algum tema ou nunca nos ocorreu pensar em tal coisa em vez de personalizar e se ofender, enchendo as peitaças para esconder o orgulho ferido, baixarmos a guarda e buscarmos mais respostas dentro de nós e já agora termos a curiosidade de nos informarmos e estudarmos em vez de acharmos o que nem buscamos. Uma questão de humildade, por assim dizer.
pi U
Br, 28/11/2018
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